O Fluminense perdeu a disputa com o Atlético-MG por Allan e o presidente tricolor, Mário Bittencourt, narrou toda a negociação. Criticou o jogador, o Liverpool (ING), então detentor dos direitos federativos do volante, Atlético-MG, e promete notificá-los pela conduta considerada antiética do atual campeão do mundo. A Fifa será copiada no documento.
– É um assunto que se encerra hoje e darei uma explicação de tudo o que aconteceu. No dia 8 de dezembro, o jogador esteve em São Paulo, mesmo não relacionado, pois estava lesionado, para um evento com torcedores. No dia do evento, sentamos para conversar com ele para falar sobre a permanência e disse que queria continuar no Fluminense e viajaria para a Inglaterra para comunicar desse desejo ao Liverpool. Durante todos os momentos, nessa conversa que tive com o Allan, o desejo dele era ficar. No dia 11 apresentamos uma proposta salarial ao representante dele. Dois ou três dias depois respondeu com uma contraproposta, que aceitamos. A partir do dia 12 ou 13 de dezembro iniciamos as tratativas com o Liverpool. Durante todo o período nos comunicamos com o Allan por Whatsapp, tínhamos um grupo que nos falávamos quase que diariamente. E ele sempre dizendo que queria ficar, porque a questão salarial não se discutia mais. A partir daí conversei sempre com o Liverpool – declarou Mário, que continuou:
– Em 18 de dezembro pedíamos que o Liverpool apresentasse as condições da transferência. Em 19, pediu que apresentássemos uma proposta. E no dia 22 diz que começa a evoluir em negociação com outro clube. Ficamos sabendo que tinha proposta dos Estados Unidos. O Liverpool, em 23 de dezembro, diz que aceita vender 100% do Allan em 24 vezes com bônus de 20% de uma transferência futura. Em 27 de dezembro a gente informa ao Liverpool que vai enviar uma proposta de 100%. No dia 30, apresentamos a primeira proposta em 24 vezes. E aí o Liverpool muda o discurso, fala que quer outro valor porque está recebendo uma proposta para pagar esse valor à vista. Fizemos uma nova proposta empatando o valor para pagar em cinco parcelas em 20 meses. Aí o Liverpool diz que aceita o valor, mas reduz o percentual pra 90%. No dia 2 de janeiro, fazemos proposta por 90%. O atleta, o tempo inteiro, ciente da negociação, copiado nas conversas. Aí o Liverpool muda novamente e diz que quer um pagamento integral. No fim das contas, o Liverpool aceita nossa última proposta, mas começam a sair as notícias na imprensa que ele está indo para Belo Horizonte – explicou Mário.
O presidente fecha o tema irritado com a postura do clube inglês, jogador e Atlético-MG.
– Eu indago ao Liverpool sobre essa situação e me responde dizendo que o jogador não tem autorização para estar em Belo Horizonte e conversar com outro clube em e autoriza a iniciar as conversas com ele. O Liverpool manda a minuta do contrato de compra e venda para nós e a gente chega num denominador comum. E o tempo inteiro eu monitorando o Liverpool dizendo que o atleta está indo para outro clube. Em dado momento ,o atleta diz que não tem mais nada com isso, que nós resolvêssemos com o Liverpool e seus empresários. E aí o representante nos avisa que está acertando com o Atlético. O Liverpool diz que parou todas as negociações, pois precisávamos conversar com os atletas pra que ninguém fique chateado. Depois, diz que o desejo do atleta era jogar no Atlético. Minha crítica muito dura é a postura do Liverpool e antecipo a vocês que no final do dia ou mais tardar segunda-feira notificaremos o Liverpool, atleta e Atlético-MG, com cópia para a Fifa, pois é, no mínimo, uma postura anti-ética por estar negociando paralelamente com duas instituições. O Liverpool, no português claro, fez um leilão. Ficam algumas lições dessa situação toda. A primeira delas que juras de amor devem ficar da porta pra dentro. No fundo isso é um mercado, futebol profissional. O grande equívoco de alguns atletas, não cito todos, é querer criar uma relação de paixão e vender essa relação de paixão que não existe. Não há nenhum problema em mudar de clube, mas o atleta precisa ser transparente.