(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Depois de uma longa queda de braço, o Fluminense, mesmo contrário, terá de jogar no domingo contra o Volta Redonda, pela Taça Rio. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, no CT Carlos Castilho, Hudson mostrou estar de pleno acordo com a postura do clube e diretoria. Por outro lado, mesmo sendo contido e evitando palavras mais fortes, o volante tricolor admitiu que deveria se pensar mais no lado humano em vez de apressar uma volta ao futebol enquanto o cenário da pandemia de coronavírus segue alarmante, com novas mortes e casos confirmados.

— A cabeça que estamos é de nos readaptar. Tentar encaixar de uma maneira que nos treinamentos e até no primeiro jogo podermos desempenhar bem e em alto nível como um grande clube como o Fluminense precisa. Se pensarmos nas pessoas, estamos jogando o futebol, a paixão de muitos e parece que estamos jogando sem acontecer nada lá fora. Maior exemplo disso é o Maracanã, com hospital de campanha no complexo. Fazer um gol, com uma pessoa morrendo no lado. É estranho, sem humanidade, não pensar no próximo. Temos muita noção quando acontece com alguém próximo a gente, um familiar, um amigo próximo. As pessoas que estão pensando no calendário não estão tendo isso, pensando em interesses externos. Mas nós temos de superar tudo isso para não só estar em campo e também performar em alto nível. Várias pessoas sem poder trabalhar, não entendo essa pressa do futebol aqui. Acho que é o segundo estado com mais mortes. Tem de voltar, mas deve ser gradual, sem atropelar. Na minha visão, está voltando com tanta pressa por causa dos interesses internos e externos. Só não enxerga quem não quer. Tenho contrato com o Fluminense, tenho de cumprir, jogar a minha bola e em alto rendimento. O que acontece hoje, essa precocidade na volta, não considero que seja o momento – disse.