Bittencourt diz que trabalho longevo era a aposta (Foto: Mailson Santana - FFC)


A tragédia anunciada se concretizou. Todo mundo que acompanha, alertou. Não é questão de “entender de futebol”; é sobre saber lidar com o sentimento de milhares de pessoas.

Não se brinca com gente assim, impunemente. É preciso ter zelo. Você é presidente de um gigante do futebol brasileiro.

O torcedor é a joia. A joia não é quem será vendido nem o “papito” de produto de agentes que dizem que serve para gerir vestiário: essa gestão, aliás, para o diretor de futebol, começa antes do jogador chegar ao local.

No futebol fora da mesa de pôquer, não se pode blefar. A exposição está na TV, a repercussão é imediata, não há retórica capaz de sobrepor-se aos fatos. Na vida, também. Engana-se por um bom tempo; não, o tempo todo.

“A bola pune” rapidamente quem não tem costa quente. E tudo o que temos é nossa credibilidade.

Quem se mete no futebol tem obrigação de pôr como prioridade à responsável, nem que seja pelo mais frio e torpe profissionalismo: a origem dos milhões somos nós, torcida.


 
 
 

Não seja patético achando que é a TV; é quem assiste. Não seja patético achando que é o produto, mas o consumidor. Não vê nossos corações? Eles vêem nosso bolso, não suas barbas feitas no coiffer. Vocês não se importam. Nós somos os fiadores dessa suas passagens pelo Fluminense. Liguem o alerta! Todos!

“Assinamos o cheque” e é, mínimo, ter-se ou fingir hombridade. Imagine para quem é eleito presidente de um Fluminense Football Club! A joia somos nós.

Isso tudo, pessoal, para registrar o que mais me estarreceu nos últimos dias. Pior que a eliminação e o futebol sem futebol desse tecnicozinho, foi a ausência de zelo em se dispor dar a cara à tapa, em ter a hombridade que o cargo que ele ocupa, exige. Ah, Mário Bittencourt: mínima que fosse ou mesmo que só aparente…

Seu silêncio e desaparecimento foram explicados somente na reportagem do GE , trazendo a prova cabal, a pá de cal, da sua negligência e descaso com o Fluminense, assim, sua renúncia à torcida.

A reportagem, tanto publicada na madrugada, quanto à da noite, ambas da sexta-feira, e assinadas por Paula Carvalho, Felipe Siqueira e Thiago Lima, respectivamente, mostram que Mário só não demitiu Odair porque o “papito” assume as responsabilidades e não reclama dos problemas.

O equívoco foi informar que Mário blindou Odair. A vergonha e o constrangimento são piores aqui: é o Odair quem vem blindando o presidente do Fluminense.

O mesmo sujeito que 99,9%, razão de ser e quem, repito, “assina o chegue”, sim, do clube, exige a demissão, é quem vemos mostrar a cara diante de catastrófica eliminação, segunda do ano, da qual ele mesmo é o mais direto culpado? Odair.

É ultrajante! Nunca me senti tão desrespeitada. Nem aquela atitude estúpida do Álvaro Barcelos em estourar o champanhe me fez sentir tamanho horror e desonra.

Mário pode ter todas as características humanas possíveis – ser vaidoso, “pavão”, “pavãozinho” – mas não pode, não pode e não pode sentar-se naquela cadeira e agir como um covarde.

O que mais teremos que passar? Cair para Série B? Se continuar nessa batida, vai cair. Porque o futebol não perdoa covardes. Nem táticos, nem tácitos.

Então, estoica torcida do Fluminense: eu sei que a sensação é que eles estão vencendo e destruindo nossa maior paixão mas com quase 35 anos de Maracanã, ainda acho que cantamos, “saiba que ainda estão rolando os dados”.

Sobrevivemos à Série C e à 8 anos de Flusócio. Mário, até agora, escolhe repeti-los e, ainda assim, estamos aqui. Esse sentimento não é em vão: ou Mário revê suas escolhas ou reverá suas escolhas.

Até lá, é aturar um técnicozinho horroroso, um Ricardo Drubscky do Sul, comandando um time que ele faz jogar “de 4”, usando nossa camisa, suportando o fato que, ao menos, ele dá a cara à tapa enquanto o presidente do Fluminense Football Club está escondido feito criança mimada, assustada, sei lá o quê.

Cabe-nos, de novo, a tarefa, e só por ela não cancelei meu Sócio Futebol: blindar o NOSSO Fluminense.

Não podemos deixar de pressioná-lo. Não podemos aliviar. Precisamos de um técnico de FUTEBOL, ao menos.

Se antes, aqui, eu perguntava e sei que milhões de nós: “Vai esperar ser eliminado do Copa do Brasil para trazer um técnico?”, agora, pergunto, depois dessa peitada na torcida, que Mário até manteria Odair para conduzir o time na Série B, se caísse: “Sua vez, Mário: segue com quem?”

Vixe, que lembrei da minha vó: ” – Galinha de casa não se corre atrás.”

Toques rápidos:

– O lindo gol de Michel Araújo jogando, por dentro, pelo meio, contra o Coritiba, me fez lembrá-lo atuando na lateral defensiva marcando os “craques” alas adversários em 399 jogos, inclusive, contra o “potente” Atlético-GO. Esse Odair comete crimes contra o futebol.

– Gostei da vinda do Lucca. Além de bom jogador, vai me livrar desse ” The Killer of Football” ressuscitar Lucas Barcelos…

– Um torcedor tricolor, o Ricardo Araújo, comentou comigo que se pudesse ter público, na segunda-feira passada, após goleada – até goleando esse time joga um futebol sem futebol – o Mário iria abraçar o Felippe Cardoso, repetindo famosa cena com Welington Paulista.

Aí, já nem sei se não seria melhor ele sumir mesmo, só aparecendo para renunciar… A bênção, João de Deus!

– Domingo, o Clássico Vovô, às 11h, no Engenhão. E Paulo Autuori já se mandou… Odair, nem isso! Não larga o osso mesmo. Nem com quase 100% de rejeição. Esse alinhamento está trevoso. Mude a direção, Mário, antes que seja mudado.

– Ah, domingo estarei novamente no pré-jogo do canal do NETFLU no youtube ao lado de Felipe Barros. Conto com a audiência de vocês!

ST.