Enquanto o Flamengo tenta forçar uma nova licitação para a troca de gestão no Maracanã, o governo aguarda um estudo encomendado sobre o novo plano de negócios para o estádio e articula um repasse sem licitação para o grupo francês Lagardere, que atua no Brasil ao lado da BWA. E, nesse período, o Maracanã está literalmente sem dono. A Odebrecht, que hoje tem 95% da concessionária que administra o complexo, se recusa a receber o imóvel de volta do Comitê Rio 2016 por conta de falta de laudos de vistoria.

As reclamações são relacionadas a problemas na cobertura do estádio e outras questões como o estado da drenagem do gramado após o buraco feito para instalação de uma máquina para as cerimônias olímpicas. Por conta de danos à cobertura com queima de fogos nas cerimônias da Copa do Mundo de 2014, a concessionária acabou sendo indenizada em R$ 16 milhões.

 
 
 

Sobre a negociação do repasse da concessão, a empresa afirmou nesta quarta-feira, em nota oficial:

“A concessionária, que está impedida de reassumir o estádio até que sejam cumpridas todas as cláusulas de Termo de Autorização de Uso (contrato disciplinou o uso do Maracanã e do Maracanãzinho durante o período olímpico), ainda não recebeu formalização do governo para avançar na negociação com os interessados.

A Odebrecht reitera que avalia propostas de dois grupos interessados em assumir a sua parte na Concessionária Maracanã Entretenimento S.A. A eventual troca de acionistas depende da aprovação do Poder Concedente, que criou uma comissão para analisar o assunto, mas ainda não se manifestou formalmente a respeito do negócio. O aval do governo, previsto na clausula 37 do contrato de concessão, exige uma análise de documentação a respeito da venda já enviada pela concessionária.

(…) No dia 29 de novembro, a concessionária notificou pela segunda vez a Casa Civil do governo do estado do Rio sobre a necessidade da resolução das não conformidades do estádio e do ginásio (Maracanãzinho), como determina o Termo de Autorização de Uso. O termo prevê ainda uma multa de R$ 120 mil ao Comitê Rio 2016 para cada dia de atraso, a contar do dia 30/10. Além das contas públicas estarem atrasadas (água, luz, telefone e gás), com uma dívida que já soma mais de R$ 2 milhões, a principal não conformidade é a ausência de um laudo técnico que ateste as condições atuais da cobertura do Maracanã”.