Opinião – Para não ser outra gestão tóxica

Contas são referentes ao final da gestão de Abad e o começo da de Mário; clube fechou 2019 no vermelho (Foto: Mailson Santana/FFC)


Oi, pessoal.

Nossos clubes, instituições centenárias, razão maior do futebol, estão atolados em dívidas milionárias. Cenário recente? Não. Cenário que se arrasta desde os anos 90.

O Fluminense, nessa.

O mês de julho trouxe-nos depoimentos do mandatário Mário Bittencourt e dos dois homens fortes do futebol: Paulo Angioni e Odair Hellmman. 

As colocações recaem no “mais do mesmo”.  Entendo que ser um ponto fora da curva num cenário que se arrasta politicamente na instituição há décadas, requer um apoio financeiro e humano, união e vigor, que só sentimos quando ouvimos o hino.

 
 
 

Prostrados, assim falou um Presidente do Fluminense: – “Como investir no futebol com pouca receita?” 

Já ouviram Mário Bittencourt, Pedro Abad e Peter Siemsen “choramingando” a mesmíssima coisa? Aposto que todos. É o ciclo. Uma roda de infortúnio. Herança maldita.

O desculpismo, como se a responsabilidade e culpa de atrair receita fossem da torcida e não, justamente DEVER deles, é frase dita por Fabio Egypto, presidente do Fluminense ao Jornal O Globo, em matéria publicada em 01 de outubro de 1989, intitulada: “A ordem do Presidente: não gastar.”

Sim, nova geração: eu escuto isso há mais de 30 anos. O que aconteceu? Só o Caso Bosman já deveria ter movido ou removido essa mentalidade apequenada para não mencionar inúmeras mudanças de modelo administrativo, gestão, perfil técnico e estratégico.

No fim da reportagem, o senhor Egypto que é uma das grandes referências do Grupo Esportes Olímpicos, grupo que elege quem quer desde então, dispara, decretando o início da cavação de uma cova.

Essa cova teve catalepsia em 99 mas retornou ao hospital e, na UTI, procrastinado, dirigentes dão continuidade ao seu processo de eutanásia: nem morre nem redivive, como se seguisse o ex-presidente Egypto: “No futebol, apenas lamento não ter comprado uma área para tê-lo tirado das Laranjeiras, proporcionando mais espaço para o lazer dos sócios.”

E a gente querendo entender o porquê que as Laranjeiras não é revitalizada e mandamos nos jogos de FUTEBOL lá.

Ah, Mário Bittencourt… ainda há tempo de não mais do mesmo; um Flusócio só com melhor verniz e juridicamente organizado. Pouco e muito aquém do que o esperado e do que precisamos.

Ainda há tempo, Presidente Mário. 

– viabilize as Laranjeiras.

– o melhor marketing para fidelizar sócios adimplentes é apostar numa postura, dentro de campo de jogo, mais equilibrada e que dê orgulho. Times médios espanhóis atacam Barcelona e Real Madrid. Fluminense joga como um micróbio. Envergonha. Desanima. Apequena. É esse o projeto? Então, retire o que eu disse…

– o senhor terá que demitir Odair, já desgastado.

Analise seu elenco. Ganso, Miguel, Michel Araújo, Pacheco, Martinelli, Walace, Luiz Henrique, Nenê são jogadores que precisam de treinador técnico.

Não há humildade sem coragem. Toda covardia camufla arrogância e esta, incompetência.

Por isso, traga um técnico que não veja o Fluminense como o Ipatinga.

Apresente um projeto de maturação para Miguel, por exemplo, com minutagem no profissional e, não, só na esteira ergométrica.

E duvido se, só para citar (exigem tanto citações como se fossem importantes) mas vamos lá: um Cuca (querido da Torcida); um Ariel Holan (perfil de time equilibrado sem tática covarde, pequena), não topariam embarcar nessa, tendo jogadores experientes, líderes positivos, como Muriel, Ferraz, Ganso, Nenê e Fred, mas para isso, uma diretoria com planejamento, palavra, direção.

Não tem dinheiro e choraminga como Fabio Egypto? Então, leia os livros da nossa história. Os “timinhos” competitivos, que nos enchiam de orgulho – orgulho de acompanhar, único marketing que fidaliza sócio futebol – não vieram de contratações megalomaníacas, exceto 1975, 2010, 2012. E o restante?

“Buá”, não tem dinheiro para nada?! Precisa utilizar Xerém? Aposte no
profissional que vem lançando esses meninos, patrimônios do Fluminense, há anos (desconfigurando um “sem querer”), Eduardo Oliveira, da casa e que passaria a confiança e calma para os meninos renderem.

O mínimo a curto e médio prazos. Que, provavelmente, será uma semente que poderá ser o divisor de águas, cravando seu nome positivamente.

Precisamos que a sua gestão dê certo. Dê esse pulo do gato. Caso contrário, o senhor será mais um filhotinho da mentalidade Fábio Egypto. 

Não aguento mais…
Mais de 30 anos ouvindo as mesmas historinhas.

Mais uma década em pleno século XXI com a mesma historinha e choradeira para enganar otários, culpabilizando terceiros, a torcida, enquanto nos apequenam.

Como ainda não vejo no mandatário esse desejo, peço, rogo, alerto, lembro: bajuladores são os primeiros a pularem do barco.

Torcedores profissionais com benefícios apoiam quem tiver com a caneta.

Presidente Mário Bittencourt, após um ano, com muitos desafios, acertos, dificuldades, escolhas difíceis e, para o comando técnico do Fluminense, quase trágicas, mude esse alvo. Fará enorme diferença. Enorme.

Se assim não for, que o Fluminense Football sobreviva ao “Club” Social: Os filhinhos e netinhos do Fabio Egypto.

A bênção João de Deus.

Fonte: http://osquequaseacabaramcomofluminense.blogspot.com/2013/09/outubro-de-1989-fabio-egypto.html?m=0