Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

A derrota para o Flamengo, na última quarta-feira, expôs muito mais do que a fragilidade de uma equipe. Em análise do jogo, o portal GE sinalizou que o resultado escancara problemas da equipe comandada por Odair Hellmann. O placar, aliás, ficou barato, segundo a publicação: o Rubro-Negro, por vezes, esteve próximo de ampliar, enquanto o Tricolor pouco fez durante os 90 minutos e achou um gol quase no apagar das luzes.

É claro que sair atrás logo no início de jogo tende a desmanchar toda estratégia pensada previamente, mas o próprio gol de Filipe Luís, marcado aos sete minutos do primeiro tempo, já expõe uma fragilidade em especial: a marcação por partes dos laterais. No lance, antes da bola sobrar limpa para o lateral-esquerdo do Flamengo…

  • Egídio deu bote errado em Everton Ribeiro, deixando Isla completamente livre de marcação. O chileno, que tem bons cruzamentos, levantou a bola na área;
  • O cruzamento chegou até Arrascaeta, que ganhou com facilidade a disputa pelo alto com Calegari. No empate em 1 a 1 com o Atlético-GO, na última semana, o lateral, de 18 anos, também cometeu erros similares – inclusive no gol de Renato Kayzer.

Vale destacar também que, logo no primeiro minuto de jogo, Isla já havia ficado livre para cruzar. Egídio, na ocasião, tentou apertar Gerson, que já estava sendo marcado por Dodi. Em outro momento, o lateral deixou Gabigol sozinho para cabecear dentro da área.

Atrás no placar, o Fluminense precisava agredir o Flamengo, mas não conseguiu. Longe disso. A única chance foi aos 25 minutos, quando Wellington Silva finalizou rente à trave de Gabriel Batista, após boa tabela com Michel Araújo. Fora isso, a equipe de Odair se viu pressionada pela marcação alta e boa compactação dos adversários, encontrando dificuldades em trabalhar a bola.

 
 
 

No segundo gol do Flamengo, aos 33 da primeira etapa, Muriel saiu de soco para afastar cruzamento de Arrascaeta, mas falhou ao espalmar a bola nos pés de Gabriel, que, sozinho, não teve dificuldades em ampliar. Apesar de aparecer bem muitas vezes, esta não é a primeira vez que o goleiro tricolor se atrapalha ao dar rebotes. Foi o caso, por exemplo, do primeiro gol do Bragantino na derrota por 2 a 1, na 4ª rodada do Brasileirão.

Com um time pouquíssimo produtivo no primeiro tempo, Odair resolveu mexer logo no intervalo. Tirou Fernando Pacheco, que não aproveitou a chance como titular no lugar de Marcos Paulo, e colocou Fred. Se o peruano quase não tocou na bola, e ainda bobeou ao não acompanhar Filipe Luís no primeiro gol, o camisa 9 também não teve chances na segunda etapa. A carência no ataque, inclusive, escancara duas questões de uma só vez:

  • O peso da saída de Evanilson, vice-artilheiro da equipe com 9 gols, para o Porto;
  • E as poucas opções em meio a um elenco enxuto. É indiscutível a qualidade de Fred, mas, além da idade avançada, o próprio jogador já disse recentemente que conversou com Odair para “voltar gradativamente”.

Em busca de alternativas, Odair fez o teste de jogar sem centroavante no primeiro tempo, com Wellington Silva e Pacheco abertos, e Nenê de falso 9. Apesar da ideia ter sido boa, não funcionou. Muito também pelo gol logo no início e pelo pouco tempo para treinar, decorrente de um calendário apertadíssimo.