Com a saída de Odair Hellmann, que acertou com o Al Wasl, dos Emirados Árabes, a solução encontrada pela diretoria do Fluminense foi a efetivação de Marcão, até então comandante do time de aspirantes, até o fim do Brasileiro. Mais do que uma saída barata, diz o site ge que a opção se dá em virtude da confiança obtida em sua capacidade após passagem no ano passado.
À época, entrou no lugar do demitido Oswaldo de Oliveira com o time a uma posição do Z4. Era 16º, com 19 pontos, empatado com Cruzeiro e CSA (que terminaram rebaixados mais tarde). Em 17 jogos, somou 27, livrou o time do risco de rebaixamento e ainda classificou à Sul-Americana com o 14º lugar no final.
O mesmo portal listou quais os principais desafios de Marcão nesta nova passagem. Confira!
Missão Libertadores
Desta vez, o cenário é diferente. Marcão pega a equipe na 5ª colocação com 39 pontos (aproveitamento de 54%) na zona de classificação para a Pré-Libertadores. A missão é garantir uma vaga na competição continental. Restam 14 jogos. Caso o time alcance o mesmo aproveitamento sobe seu comando em 2019 (53%), marcará 22 pontos, dando um total de 61.
Gestão de vestiário
Outra missão confiada a Marcão é manter o bom clima no elenco, administrando medalhões e jovens promessas. Diferentemente do que encontrou em 2019, o treinador agora pega um ambiente mais leve, graças à boa gestão de vestiário de Odair. Carismático e tranquilo, o ex-volante é conhecido por ser bom de grupo, o que inclusive foi um de seus méritos no ano passado.
O fato de já conhecer e ter boa relação com o elenco, por ter trabalhado com parte dos jogadores em 2019 e ter sido auxiliar, é um facilitador. Mas ele vai encontrar algumas situações diferentes do ano passado. Por exemplo: dois dos medalhões, Ganso era titular e Nenê reserva, situação que se inverteu em 2020. Muriel também assumiu a posição no gol, mas vem sendo alvo de críticas nesta temporada, enquanto Marcos Felipe cresceu. Odair sabia lidar bem nos bastidores para evitar vaidades.
É inegável que, além de ter encontrar soluções para reformular constantemente o time devido aos desfalques e perda de jogadores, o grande mérito de Odair foi formar uma equipe bastante organizada defensivamente. O Fluminense tem a sexta melhor defesa do Brasileirão, com 26 gols sofridos em 24 jogos, e tem na zaga o setor mais consistente, seja com Luccas Claro, Nino, Digão ou Ferraz. Marcão terá o desafio de manter essa essa solidez.
Ao mesmo tempo, tem o desafio de aumentar o volume ofensivo, ponto muito criticado durante a “Era Odair”. Apesar de também estar em sexto no quesito ataque, o time não criava tantas oportunidades – compensava com um bom aproveitamento das chances criadas. Nos cinco jogos até aqui pelo returno do campeonato, somente contra o Athletico-PR a equipe conseguiu criar várias chances de gol. Houve partidas em que mesmo ganhando (como contra o Inter) o ataque foi contestado.
Utilização da base
Outra missão de Marcão é aproveitar bem os jovens jogadores. Por ter uma das melhores bases do Brasil e por passar por dificuldades financeiras, o Fluminense recorreu bastante aos Moleques de Xerém este ano, ainda mais em razão dos diversos desfalques por Covid-19 e lesões. É o segundo time do Brasileiro que mais usou jogadores formados em casa.
Relação com torcida
A chegada de Marcão pode também apaziguar os ânimos e melhorar o clima com relação à torcida, que estava dividida com seu antecessor. Com longa história do clube como jogador e sempre à disposição para ajudar como treinador, o ex-volante, considerado por muitos como ídolo, tem grande identificação com os tricolores. Sua escolha teve boa recepção no “termômetro” das redes sociais.