Promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) responsável por liderar a apuração do inquérito civil sobre os responsáveis pelo “caso Portuguesa”, Roberto Senise afirma categoricamente que na Lusa havia ciência do já famoso julgamento de Héverton no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no ano passado. Assim, seus dirigentes mentiram na defesa para tentar evitar a perda de quatro pontos no Campeonato Brasileiro de 2013 e seu consequente rebaixamento.
– O inquérito já demonstrou que o clube sabia do julgamento, ao contrário do que foi dito pelo doutor Valdir (Rocha, advogado e diretor jurídico da Portuguesa) em outra ocasião, tanto pelos e-mails recebidos como pelo fato de que houve sim uma conversa entre o Valdir e o (Osvaldo) Sestário (advogado que representou a Portuguesa no Tribunal) tanto na sexta como sábado. Houve a conversa – afirmou.
O clube paulista tinha como rotina o recebimento de e-mail da CBF com a programação do STJD e a pauta de julgamentos. Na ocasião, tal correspondência foi recebida com três dias antes do Héverton ir ao tribunal. Para Senise, a omissão dessa informação a ser passada para a comissão técnica com o resultado posterior à decisão do julgamento foi premeditada.
– Ao que tudo indica, a omissão teria sido premeditada. Causa estranheza que tenha ocorrido uma omissão coletiva desse tamanho e dimensão na época em que ocorreu, já que nunca tinha ocorrido na história do clube – deduz.