Foto: Reprodução

Comentarista de arbitragem da Rede Globo, Sandro Meira Ricci, ex-árbitro de futebol, viu erro na posição da linha e concluiu que o gol do Fluminense marcado por Germán Cano, contra o Fortaleza, foi mal anulado pelo VAR. Em texto publicado em seu blog, “Bastidores da arbitragem”, Ricci explica que a linha deveria ser traçada na altura do glúteo do defensor e não no pé. Confira:

Cano estava em posição legal? Ninguém pode ter certeza, somente a tecnologia. Mas a tecnologia depende do comando do VAR para determinar onde a linha deve ficar.

 
 
 

Se o VAR traça a linha do defensor no lugar errado (no pé em vez de no glúteo), colocando a linha portanto mais à direita, e ajusta a linha do atacante duas vezes para a esquerda depois de ter pedido para subir a linha, o resultado final não pode ser usado como evidência de “erro”.

Mudar uma decisão de campo a partir de um trabalho impreciso em um lance de milímetros (a exemplo do que aconteceu no gol anulado do Gabriel contra o Botafogo em que a linha foi traçada quando a bola na tinha saído do pé do Everton Ribeiro) NÃO É JUSTO!

É necessário reconhecer que tanto a tecnologia quanto o ser humano são falíveis em lances tão difíceis de impedimento.

Quem garante que a parametrização de todos os campos (ainda mais em estádios fora dos padrões de uma arena) estará PERFEITAMENTE calibrados a ponto de permitir a medição de milímetros?

Quem garante que a linha, por uma questão meramente de visualização dos jogadores no monitor, vai ser traçada exatamente no local ou milímetros mais à esquerda ou mais à direita?

Quem garante que dois árbitros de vídeo distintos irão traçar a linha no mesmo e exato local do ombro dos jogadores? Ou eles podem escolher pontos próximos mas distintos que irão mudar o resultado final em lances difíceis como este?

Enfim, ao contrário do que foi vendido, a linha de impedimento não é 100% precisa! Seja por limitações tecnológicas ou por erro humano! Isso já está comprovado!

Em 2020, foi o gol mal anulado do São Paulo contra o Atlético MG. Em 2021 (ainda pelo Brasileiro de 2020), foi o gol confirmado do Inter contra o Vasco. Em 2022, o gol anulado do Cano. Isso só para citar alguns casos, mas sabemos que existem outros, principalmente quando o áudio do VAR não era divulgado e não tínhamos acesso à elaboração das linhas de impedimento!

Uma solução possível seria a CBF admitir que existem essas limitações e aprovar junto aos clubes que em lances muito “ajustados” de impedimento, nos quais as linhas do VAR se tocam, a decisão de campo DEVE PREVALECER.