Marco Brito atualmente trabalha no futebol feminino do Fluminense (Foto: Divulgação - FFC)

Hoje ex-jogador de futebol, Roberto Brum dedica seu tempo, entre outras coisas, a projetos sociais. Ele, inclusive, faz trabalhos em presídios. Organiza partidas de futebol com detentos. E já viveu situação curiosa com Marco Brito, ex-atacante companheiro nos tempos de Fluminense e Coritiba.

Em uma de suas idas a um presídio, foi reconhecido por um membro de torcida do Vasco com o qual tiveram encontro violento no passado.

 
 
 

— Eu cheguei numa facção, muito famosa aqui do Rio, e eu observei que eu estendia a mão para cumprimentar os presos, e eles não apertavam. Aí o servidor que estava me acompanhando falou: “eles acham que você é policial e não apertam a sua mão”. Só que um preso me reconheceu, e gritou “Brum, Brum, Brum”. O cara veio na minha direção, e chegou assim: “Brum, eu era da Força Jovem”, começou Brum, antes de relembrar o episódio que fez com que o detento o reconhecesse:

— Teve um episódio, quando eu jogava no Coritiba. A gente estava no ônibus, e um jogador do nosso time começou a discutir com um torcedor do Vasco na época, da Força Jovem. Eles discutiram, e o jogador do meu time ficou provocando, falou: “É Flamengo”, mostrou uma camisa do Flamengo, algo assim, e isso gerou uma revolta nesse torcedor. Ele chamou os outros integrantes da torcida, a polícia já tinha ido embora de São Januário, eles invadiram o nosso ônibus e começamos a brigar, trocar socos e chutes com os torcedores que invadiram o nosso ônibus. Eu lembro que, na época, o nosso presidente, o Giovani Gionédis, teve até o seu óculos quebrado com um soco no rosto. O Gélson, por exemplo, até hoje tem marcas no pescoço das agressões, e esse rapaz, que coincidentemente estava preso, foi um dos invasores.

Brum continuou a história recordando a briga generalizada no ônibus e como teve de resolver, assim como Marco Brito, que se defendeu.

— Ele (preso) falou: “Brum, eu entrei naquele ônibus, o Marco Brito (atacante) me deu um soco na cara”. E eu falei “meu Deus, o Marco Brito vai vir jogar contra eles aqui” (risos). Eu levo jogadores para jogar contra os presos, e ele era um dos meus convidados, e eu falei “vai ter o reencontro, o cara vai descontar o soco que o Marco Brito deu nele” (risos). Aí eu falei: “mas vocês, maior covardia, entraram lá, puxaram arma” – porque teve um que puxou uma arma e falou “só apanha” – aí nós ficamos meio que só apanhando. O jogador de futebol pode não ser lutador, mas ele faz exercício e aguenta o soco, mas pelo menos a gente pode se defender. Mas, nessa ocasião, tiraram esse direito nosso. Aí eu saí do estádio, tirei a camisa do Coritiba, fui até uma guarita da polícia e ali eu pedi socorro aos policiais. Enquanto eles chegavam, esses torcedores viram que o policiamento tinha chegado e saíram do ônibus, e assim a paz retornou. Foi um episódio muito interessante, uma resenha, aí depois eu falei para o Marco Brito: “Marquinho, tem um preso que está te esperando lá no jogo que vamos fazer’ [risos], e ele falou “eu não vou de jeito nenhum”, mas ele foi, ficou de boa lá, o preso levou na esportiva – relatou.

Marco Brito, atualmente, é supervisor técnico do futebol feminino do Fluminense.