O Fluminense entrou no gramado do Mané Garrincha para buscar o empate com seu maior rival, não chegou nem perto disso, e saiu de campo derrotado. Após um primeiro tempo em que jogou como time pequeno, fruto de um esquema pessimamente escolhido por seu treinador, o Tricolor voltou um pouco melhor para o segundo, mas cometeu erros e perdeu para o Flamengo por 2 a 0. Henrique Dourado, de pênalti, e Felipe Vizeu marcaram os gols. A equipe de Abel Braga foi prejudicada com a não marcação de um pênalti em cima de Jádson quando o adversário vencia por 1 a 0.

Não fosse o belo e pesado uniforme verde, grená e branco, qualquer desavisado que sintonizasse no Premiere teria a certeza de que o Flamengo estava enfrentando o Bonsucesso. Frouxo, o Fluminense não conseguiu jogar no primeiro tempo do clássico. Mesmo com trocentos defensores, ficou apreciando Vinícius Júnior, Lucas Paquetá e companhia driblar, passa e chutar quando bem entendiam.

 
 
 

Pudera. Abel escalou o time com três zagueiros, três volantes, uma única opção de velocidade – Gilberto – e um guindaste lá na frente pra brigar pela bola e com a bola. Jádson e Sornoza jogaram mais a frente, encostando em João Carlos, mas nada criaram. O camisa 16 até se movimentava, buscava um passe o outro, mas não tinha com quem jogar. O cliente do filho do técnico, estático e maltratando com a bola, não incomodava a zaga reserva do Fla. O equatoriano errava tudo o que tentava.

Do lado esquerdo, Douglas, cheio de classe, acertava todos os passes. Para os lados. Marlon não acompanhava. Pior em campo disparado, o ala foi o responsável pelo gol único na etapa inicial. Pensando na morte da bezerra, acabou sendo decisivo para a vitória parcial do rival e irritou a torcida três vezes: Não acompanhou a marcação, cometeu pênalti tolo e ainda fez os tricolores verem pseudo-ídolo de 2017, Henrique Dourado, converter a cobrança e fazer o sinal característico na comemoração.

Ofensivamente, o jogador do Criciúma não acertava uma. Umazinha sequer. O Tricolor só dava algum trabalho à zaga rubro-negra com Gilberto, que é enrolado, peladeiro, mas com sangue quente correndo nas veias.

A atuação do Fluminense no primeiro tempo foi tão patética que o goleiro Diego Alves só trabalhou aos 46 minutos em chute de Gilberto. Aquele Time de Guerreiros que fez a torcida se iludir com algo além de zona de rebaixamento e meio de tabela algumas rodadas atrás se acovardou diante do líder do Brasileiro.

No segundo tempo, Abel teve a hombridade de mudar. Tirou o irreconhecível Sornoza, mas único meia de criação no elenco, e Renato Chaves e colocou Matheus Alessandro e Pablo Dyego. O time, então, mudava o esquema do inexplicável 3-6-1 para o 4-2-3-1.

Com três minutos, o time acertara sua primeira finalização com Jádson dentro da área mostrando que seria completamente diferente daqueles 45 minutos tenebrosos. Aos nove, outra finalização.

Mas logo depois, o azar deu o ar da graça. Pablo Dyego, que acabara de entrar, sai machucado para a entrada de Robinho. O irritante atacante fez as manjadas jogadinhas e nada acrescentou.

Algum tempo depois, Jádson é derrubado dentro da área. Pênalti, claro. Mas vento que dá lá, não dá cá. Reclamação apenas do jogador que foi calçado, nenhuma palavra dos demais. E segue o baile…

O Flamengo chamou o Fluminense para seu campo e explorou os contra-ataques, mas ampliou em jogada de pelada. Defesa tricolor toda exposta, troca de passes do Rubro-Negro dentro da área e gol de Felipe Vizeu: 2 a 0.

Sem forçar, o time preto e vermelho cozinhava o jogo. O limitado Flu até rondava a área, mas sem criatividade – Sornoza havia saído e não há outro meia no elenco -, o time das três cores sucumbiu à sua finitude.

O Fluminense jogou com: Júlio César; Renato Chaves (Pablo Dyego/Robinho), Gum e Luan Peres; Gilberto, Richard, Douglas, Jádson, Sornoza (Matheus Alessandro) e Marlon; João Carlos.