(Foto: Divulgação)

O STK Samorin, da Eslováquia, foi o escolhido para abrigar o projeto internacional do Fluminense. Tentativas foram feitas anteriormente. Uma delas envolvia, até mesmo, a ida de Gustavo Scarpa, expoente do time, para a Finlândia, em 2014. O site Globoesporte.com listou 11 curiosidades sobre o plano de expandir a marca Fluminense no mundo. Confira:

 

 
 
 

Tapinha no ombro: onde tudo começou

O projeto Flu Samorin começou a tomar forma a partir da parceria entre o gerente geral das categorias de base do Fluminense, Marcelo Teixeira, e Marco Manso, atual diretor esportivo da filial tricolor. E o primeiro passo aconteceu totalmente por acaso. Era 2012, no Catar, e o evento era a assembleia comemorativa dos cinco anos da ECA (Associação de Clubes da Europa). Marco, na época diretor executivo do Mypa, clube da Finlândia, estava em uma mesa com dirigentes escandinavos quando de repente Teixeira lhe deu um tapinha no ombro para perguntar, a princípio em inglês, se uma das cadeiras estava vazia – o gerente estava acompanhando o Flu sub-17 na disputa de um torneio naquele país e foi convidado para o jantar. Os dois começaram a conversar e tiveram grande afinidade de ideologias de desenvolvimento no futebol. Teixeira falou sobre a metodologia utilizada na base tricolor e sobre sua vontade de construir um projeto internacional para o Fluminense. Depois disso eles se aproximaram e, cerca de três anos depois, deram início ao Flu Samorin.

Dirigente do Flu Samorin é ídolo na Finlândia

Hoje diretor esportivo da filial tricolor, Marco Manso tem uma história vencedora dentro do futebol. Saiu do interior do Ceará para se tornar jogador de sucesso na Finlândia. Após jogar por 10 anos no Mypa, aposentou-se em 2007 e tornou-se dirigente do clube. Começou como gerente e foi promovido a diretor executivo – enquanto jogava, formou-se em turismo e em gestão de marketing esportivo. Saiu de lá em 2014, quando o Mypa deu fim ao futebol profissional para ficar só com as categorias de base. Logo depois foi convidado por Marcelo Teixeira a ficar ainda mais perto do projeto internacional do Fluminense.

Gustavo Scarpa quase na Finlândia

Pouco depois do evento no Catar, em 2013 Marcelo Teixeira foi à Finlândia para conhecer a estrutura do Mypa, e na sequência Marco Manso foi a Xerém conhecer a estrutura da base do Fluminense. A convite do gerente, Marco deu uma palestra para o time sub-20 contando sua história de vida. O lateral-esquerdo Léo Pelé, hoje emprestado ao Londrina-PR, chegou a se emocionar e chorou. E “Gustavinho”, como na época era conhecido Gustavo Scarpa, adorou a palestra. Ao fim do evento, Teixeira conversou com Scarpa sobre a possibilidade de emprestá-lo ao Mypa no ano seguinte para iniciar o projeto internacional do Flu. Sem grandes perspectivas para o profissional tricolor, o jogador ficou muito empolgado e foi até Marco Manso dizer que aceitava ir. Mas houve mudança no planejamento, e ele acabou emprestado ao RB Brasil-SP. Hoje Scarpa brilha no Fluminense, onde ganhou até a camisa 10.

Stéfano, o primeiro a dar certo no projeto

Sem Scarpa, o Fluminense iniciou o projeto internacional em 2014 ao emprestar três jogadores para o Mypa, da Finlândia, clube onde Marco Manso trabalhava: Stéfano, Leandro e Cassiano. O atacante Stéfano foi quem mais se destacou em campo, inclusive evoluindo taticamente, e pode ser considerado o primeiro jogador desse projeto a dar certo. O fato de ele ter aprendido a falar inglês durante o período na Finlândia ajudou para que fosse contratado pelo Fort Lauderdale Strikers, dos EUA, em 2015. Ele também foi bem por lá e se transferiu para o Minnesota United, também dos EUA, onde permanece atualmente.

Tentativas frustradas antes da Eslováquia

Após iniciar o projeto internacional emprestado jogadores ao Mypa, o Fluminense quis dar um passo adiante para fechar uma parceria mais profunda com um clube e ter uma filial na Europa. Antes de chegar a Samorin, na Eslováquia, o clube carioca estudou possibilidades em Hungria, Noruega, Polônia, Suíça e República Tcheca, mas em determinado momento apareciam dificuldades, seja pelo baixo limite de estrangeiros, pelo alto custo de vida ou pelo clima muito frio. A Eslováquia foi aprovada em todos esses quesitos – vale lembrar que o limite de estrangeiros é de cinco por partida.

Por que Samorin? Outra obra do acaso

A oportunidade de fazer a parceria com o Samorin foi outra coisa que surgiu totalmente por acaso. Era julho de 2015, e o Flu sub-19 estava disputando um torneio em Praga, na República Tcheca. Marcelo Teixeira acompanhava, e Marco Manso fazia uma observação técnica. Um amigo húngaro de Teixeira o convidou para um jantar. Outro convidado, Roland, curiosamente morava em Samorin e, ao ouvir sobre o projeto, comentou que havia um clube em sua cidade que poderia se encaixar nele. Teixeira se animou, visitou Samorin e conheceu o dono. Em seguida, foi a vez de Marco Manso. Em poucos dias o martelo já estava batido, e o Flu acelerou para enviar os primeiros jogadores para o projeto. Na primeira temporada o time foi campeão da Série C e conquistou o acesso à Série B.

A importância da X-Bionic

A existência da X-Bionic Sphere em Samorin foi fundamental para que o Fluminense escolhesse a cidade. Trata-se de um dos maiores centros poliesportivos da Europa. O clube carioca enxergou futuro a partir dessa estrutura, e o fato de saber que ali haveria uma parceria foi decisivo. Além das áreas que já utiliza, o Flu Samorin ainda pretende fazer do estádio do complexo a sua casa se subir para a Série A da Eslováquia.

O milionário de Samorin

Samorin tem apenas 15 mil habitantes, mas abriga a moderna X-Bionic. Por quê? A resposta é simples. O dono e idealizador do centro poliesportivo é milionário e é de Samorin. Ele costuma dizer que tinha com a cidade uma dívida para construir algo bom. E o fato de ser perto da capital Bratislava – cerca de 25km – também ajuda. As instalações para 27 modalidades olímpicas são utilizadas pelos atletas eslovacos, uma vez que o Comitê Olímpico da Eslováquia tem parceria com a X-Bionic. E o centro de equitação, o maior do mundo, sedia competições durante boa parte do ano.

Mistura de línguas

Samorin fica na Eslováquia, mas já fez parte da Hungria no passado. Por isso, as duas línguas, eslovaco e húngaro, estão bastante presentes na cidade. As placas de trânsito, por exemplo, estão escritas sempre das duas formas. Mas o idioma “internacional” no Flu Samorin é o inglês, e os jogadores de Xerém têm aulas três vezes por semana.

Compra encaminhada, não finalizada

O Fluminense acertou a compra de 77% das ações do Samorin, mas ainda não a executou de fato. Isso porque haverá eleição presidencial no fim deste ano, e existem candidatos que não dariam continuidade ao projeto. Mas o atual presidente Peter Siemsen assinou uma intenção de compra e tem prioridade exclusiva para exercer seu direito até dezembro. O restante das ações ficaria com a cidade de Samorin (10%), o proprietário Norbert Csutora (10%) e os atuais acionistas (3%).

Guerreirinhos fazendo sucesso

Ao conhecer as categorias de base do Fluminense, Marco Manso, diretor esportivo do Flu Samorin, encantou-se pelos princípios da Guerreirinhos, escolinha de futebol do clube, e abriu uma franquia em Fortaleza. Ele monitora, e seus parentes administram o local. Também existe por parte do Flu o planejamento de levar uma escolinha Guerreirinhos para Samorin em um segundo momento.