Site “revela” segredo de Henrique Dourado nas cobranças de pênalti

Ceifador tem maneira característica de bater penais

Dourado é conhecido por ser exímio cobrador de pênaltis (Foto: Nelson Perez/FFC)

Dez cobranças, dez gols. Henrique Dourado é o melhor batedor de pênaltis do Brasil e disso ninguém tem dúvida. Mas qual é o segredo para tanta eficiência, afinal, os goleiros não chegam nem perto de defender as cobranças do atacante do Fluminense? O site da ESPN Brasil diz ter desvendado o mistério.

Um dos segredos de Henrique para manter a eficiência é nunca repetir onde vai cobrar. Para ter números tão bons, o Ceifador usa uma  técnica de cobrança desenvolvida a partir 2012, quando jogou o Campeonato Paranaense pelo Cianorte. Confira a a análise:

 
 
 

A primeira questão é a abordagem dele para cada goleiro. Sua forma de bater muda um pouco de acordo com o adversário que vai ter pela frente. E para isso, ele usa muito do estudo comportamental destes rivais. Atualmente o futebol conta com departamentos de Análise de Desempenho que auxiliam muito neste caso – inclusive dos batedores para os próprios goleiros também observarem. 

Henrique, por sua vez, vai um pouco contra o que é comum. O grande aproveitamento de goleiros em cobranças de pênaltis na atualidade vai muito de encontro destes conteúdos estudados. Os jogadores de linha, por sua vez, estão demorando um pouco mais para mergulhar de cabeça nestas vantagens. E o atacante do Fluminense consegue absorver muito bem este conteúdo.

 Ao chegar ao jogo, já tem consigo algumas características importantes do goleiro que terá pela frente em caso de penalidade máxima. Talvez a grande informação que ele precise é se esse goleiro é “dependente” ou “independente”.

No caso do adversário ser dependente, isso quer dizer que se trata de um goleiro que espera algum tipo de sinal do batedor para tomar sua decisão e escolher um canto. Ou seja, ele espera ao máximo para agir e, muitas vezes, acaba deixando o batedor indeciso, aumentando as chances de uma batida não tão efetiva. Normalmente os goleiros de maior envergadura tomam esses tipos de medidas.

Agora, se esse goleiro é independente, ele vai para o lance com uma ação já pré-decidida. Seja por ter estudado aquele batedor ou mesmo por instinto. Ele não depende de um sinal ou gesto técnico/corporal do rival para escolher o lado. Goleiros com envergaduras menores, geralmente, têm esse perfil. Muito por garantir a chegada “inteira” em dos cantos da meta.

 Mas essas nomenclaturas explicadas acima para os goleiros também são usadas para batedores. E a definição é a mesma. O batedor independente ele vai para a cobrança com o lado ou local para bater já decidido. Independente do que ocorra durante a corrida para a bola, ele não vai trocar. Simplesmente por não estar confortável para tal. Agora existe o batedor dependente, que é exatamente o perfil de Henrique Dourado.

 Perceba que, quando corre para bola, o centroavante do Fluminense retarda ao máximo a batida. Faz a paradinha antes de chegar para a cobrança – que a regra não impede – e não tira os olhos do goleiro. Consegue ter uma noção espacial, tanto da dimensão do gol quanto da distância que está da bola, muito apurada. Nessa corrida para a bola espera o sinal do goleiro. Ele pode ser um gesto corporal, uma feição ou mesmo uma caída precoce para um dos cantos.

E é aí que entra a outra grande qualidade de Dourado neste momento: a capacidade de trocar de canto muito em cima da batida. O que para muitos jogadores se trata de algo que afeta determinantemente a qualidade do contato com a bola, para ele é natural. Seu gesto técnico pouco muda e, durante a definição do goleiro, ele consegue escolher e tirar a bola do alcance. 

A posição do pé de apoio, sempre muito bem fixo à lateral da bola, é de grande importância para tudo correr bem, já que o camisa 9 geralmente não bate com grande força na bola.