Sobre Coritiba x Fluminense e os 115 anos

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“O adversário é fraco”, dirão alguns. Nem tanto, amigos, nem tanto. Ganhar do Coritiba no Couto Pereira nunca foi exatamente fácil, todos sabemos. Ademais, tínhamos os desfalques: jogamos sem o zagueiro Henrique e sem o Ceifador: duas ausências que, por si só, já derrubariam muitos times do país. E no entanto, voltamos de Curitiba com os três pontos na bagagem.

 
 
 

Que o onze tricolor jogou mal, é óbvio. Não temos estratégia de jogo definida, não temos organização tática, não temos peças de reposição, não sabemos nem quais jogadores estarão disponíveis para Abel depois de amanhã. O Fluminense de 2017 é feito de pouco planejamento e muito suor.

Infelizmente, camisas molhadas não ganham campeonatos. Por mais que nossos meninos se esforcem – e eles se esforçam muito – sem planejamento não conseguirão nada além de um sexto, sétimo ou oitavo lugar no Campeonato. Ainda que seja suficiente para uma vaga na Copa Libertadores, é pouco, é muito pouco para o Fluminense.

O Fluminense não nasceu para ser mais um; o Fluminense nasceu para ser protagonista, amigos. Há exatos 115 anos, em meados de julho de 1902, os rapazes da “seleção carioca”, liderados por Oscar Cox, voltavam de São Paulo com duas derrotas, 1 a 0 para o Paulistano, 3 a 0 para o Internacional. Já estavam decididos a fundar um clube, para desenvolver o esporte no Rio de Janeiro. No dia 21, na residência de Horácio da Costa Santos, nasceria o Fluminense. Repito: não para ser mais um, mas sim para ser protagonista.

Tanto que, já em 1903, aqueles homens voltariam a São Paulo, não mais como “seleção carioca”, agora já como Fluminense. Estrearam com um 0 a 0 contra o Internacional. No dia seguinte, derrotaram o Paulistano por 2 a 1. No outro, enfiaram 3 a 0 no São Paulo Athletic. Com um ano de vida, o Fluminense nem era tricolor ainda, pois vestia cinza e branco, mas já era protagonista, já jogava o melhor futebol do Brasil.

Que nesta semana especial, a do aniversário do clube, nossos dirigentes acordem do delírio em que se encontram, e comecem a agir para que o Fluminense volte a ser, em breve, o Fluminense.