Muriel concedeu entrevista coletiva na última quarta (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Muriel foi o jogador do Fluminense a conceder entrevista coletiva na última quarta-feira. No papo com a imprensa, o goleiro tricolor avaliou seu momento, comentou as falhas que cometeu, analisou a dupla de zaga formada por Luccas Claro e Nino, projetou o duelo contra o Palmeiras e mais.

Confira a íntegra da entrevista do goleiro do Fluminense:

Fluminense leva vantagem pelo Palmeiras ter desfalques?

Acredito que a vantagem não passa por isso. Todos os times acabam passando por isso de ter alguns desfalques. Eles têm um excelente plantel, vem de excelentes resultados. Aconteceu aqui com a gente, perdemos jogadores que estavam se destacando e vencemos partidas difíceis. Temos de estar atentos a cada detalhe. Eles têm técnico novo e podem mudar alguma característica. Com certeza vai ser um jogo difícil, mas confiamos no nosso trabalho e que vamos colocar em prática para fazer um grande jogo.

Relação da ausência do preparador André Carvalho, afastado por Covid-19, com seu momento ruim

Acredito que por termos um trabalho definido, tanto o André quanto o Josmir, o João que já foi auxiliar no profissional, não foi determinante. Eu voltava de pequena lesão, três jogos sem jogar. São coisas que acontecem. Foi momento que as coisas não foram bem. Fico feliz de retomar os bons jogos, a confiança, o grupo confia. É importante mentalizar. Não é a dificuldade que enfrentamos e sim como reagimos a ela. Reagimos bem, arrancamos e tivemos melhores momentos na competição.

Confiança no elenco tricolor

O segredo da nossa boa campanha é a força do grupo. Não só os jogadores, mas todos os funcionários, quem trabalha aqui. Nós jogadores somos a parte final. Temos profissionais competentes em todas as áreas, fisioterapia, fisiologia, psicologia. Mesmo na pandemia, trabalhamos em casa com afinco. Tenho orgulho de fazer parte desse grupo. Quando ganha, todos esses são vencedores. Mesmo nos momentos difíceis. Até meu irmão Alisson deu entrevista falando sobre esse ambiente. Todos aqui dão o máximo. O sucesso de uma equipe não são só os 11 que estão jogando. Aqui tem muitos jogadores bons, às vezes é difícil ficar fora. Quem entra tem se dedicado e pensado no bem coletivo. Isso é trabalho do Odair. Desde o início e quando voltamos da pandemia falou que ia precisar de todos. Falou que é melhor um pouquinho na vitória do que o todo da derrota. Ainda não acabamos, tem um segundo turno inteiro pela frente.

Como encarar a disputa pelas primeiras posições do Brasileiro?

A gente tem de ter muita frieza. O momento que o campeonato está ainda te coloca duas vitórias em cima e duas derrotas lá embaixo. Por isso a importância de focar jogo a jogo. O que passou já foi, temos de concentrar pro próximo. O campeonato acaba em fevereiro e o principal é terminar bem lá. Mas temos de fazer isso agora para no fim olharmos a tabela e ficarmos satisfeitos com o trabalho que fizemos.

Apoio do grupo após falhas

Só tenho a agradecer o carinho de todo o grupo, comissão técnica comandada pelo Odair, direção, torcedores… Desde que estou aqui, fui muito bem recebido. Sempre passamos por momentos difíceis. A gente dá o máximo, mas nem sempre tudo corre como queremos. Eu tenho experiência para deixar para trás o que passou. A cada dia tenho de superar os meus limites, treino à exaustão a cada dia. O principal é o Fluminense crescer. O grupo é todo focado em vencer. Às vezes dez jogadores podem carregar um, mas um não carrega dez. Às vezes um erra e temos de estar atentos para ajudar o companheiro e o Fluminense ganhar as partidas.

Como espera o Palmeiras?

Sabemos dessas dificuldades, adversários qualificados. Tanto que no primeiro turno foi bem difícil. No Brasileiro não se pode olhar para adversário. Vemos muitas vezes times de cima perdendo pontos para os que estão embaixo. Nós temos de pensar em cada jogo como uma decisão. Ainda mais contra o Palmeiras, um adversário da parte de cima da tabela. Agora tem mudança de treinador, temos de estar atentos a todos os detalhes. O jogo tem de ser uma decisão, até para buscarmos pontos fora de casa

Atenção para diminuir número de gols sofridos

Estamos trabalhando fortemente para levar o mínimo de gols possível. Acho que isso é um dos nossos pontos fortes. Que mesmo de oito jogos em apenas três jogos não sofremos gols. Mesmo assim, levamos poucos gols. Acho que isso nos possibilitou a boa série invicta. Tem a ver com o desempenho de todo o time. Goleiros e zagueiros trabalhamos para não sofrer gols. Todos têm se doado muito, até quem joga no ataque. Estamos atentos a cada detalhe, bola parada. Precisamos estar atentos os 90 minutos. Um detalhe pode mudar um jogo. Jogamos contra adversários qualificados e sabemos que se dermos uma brecha podemos levar um gol. Acho que temos uma boa média, é a sétima defesa que menos levou gol. Vamos trabalhar para diminuir ainda mais esse número.

Diferença dos treinamentos do Brasil para Portugal

Trabalhei com dois técnicos no Belenenses, Silas e Domingos paciência. Na última temporada com o Silas fizemos um grande ano. Era o primeiro ano dele como técnico. Ele gostava de manter a posse, propor jogo, inseriu o goleiro nisso. Trabalhava exaustivamente. Lá a gente jogava no fim de semana, tinha algumas paradas Fifa. Tinha tempo para treinar, trabalhar o esquema e nós assimilarmos as ideias. Isso é mais difícil no Brasil. Agora, nas últimas rodadas, tivemos semanas livres. No Brasileiro é difícil. Às vezes nem treina, só recupera de um jogo pro próximo. Lá o jogo era bem compacto. Aqui isso também está se tornando presente. Até eu estava falando isso com o Mauricio, a maioria dos trabalhos que fazem aqui, inserem os goleiros. Eu vivi isso em Portugal e é importante. Os goleiros hoje são mais cobrados por jogar com o pé. É importante trabalhar isso para por em prática nos jogos.

Campanha para usar novamente a camisa rosa, com a qual ficou invicto

Já me falaram isso, até o pessoal aqui no clube. Eles até falam pra eu jogar de novo com a rosa (risos). Eu não tenho superstição. Acho que foi nosso trabalho. Quando tiver o escudo do Fluminense, vou dar o máximo para honrar e conseguirmos vitórias.

Dupla de zaga formada por Nino e Luccas Claro

Sem dúvida estão num excelente momento, fazendo grandes jogos, passado muita segurança. Aproveito para falar dos outros. Matheus Ferraz, Digão, os outros setores, Julião e Danilo que estão jogando, mas antes foram outros. Quem entra tem correspondido bem. Passamos por algumas dificuldades no ano, temos vivido isso na pandemia. Alguns às vezes pegam Covid, ou alguém machuca. Acho que todo mundo tem entrado bem. Agora estão Nino e Luccas Claro, mas quem jogou também correspondeu. Tenho conversado muito com eles. Estão crescendo, ajudando também lá na frente, foram decisivos algumas vezes. Temos uma excelente bola parada. Os dois são rápidos. Ajuda e facilita o meu trabalho e o dos jogadores que estão ao redor.

Segredo do Fluminense

O segredo da nossa boa campanha é a força do grupo. Não só os jogadores, mas todos os funcionários, quem trabalha aqui. Nós jogadores somos a parte final. Temos profissionais competentes em todas as áreas, fisioterapia, fisiologia, psicologia. Mesmo na pandemia, trabalhamos em casa com afinco. Tenho orgulho de fazer parte desse grupo. Quando ganha, todos esses são vencedores. Mesmo nos momentos difíceis. Até meu irmão Alisson deu entrevista falando sobre esse ambiente. Todos aqui dão o máximo. O sucesso de uma equipe não são só os 11 que estão jogando. Aqui tem muitos jogadores bons, às vezes é difícil ficar fora. Quem entra tem se dedicado e pensado no bem coletivo. Isso é trabalho do Odair. Desde o início e quando voltamos da pandemia falou que ia precisar de todos. Falou que é melhor um pouquinho na vitória do que o todo da derrota. Ainda não acabamos, tem um segundo turno inteiro pela frente.

O que o Flu errou contra o Grêmio e precisa melhorar diante do Palmeiras?

Estamos cientes que não fizemos um bom jogo. Vínhamos numa belíssima sequência. Enfrentamos adversários diretos. Hoje vamos conversar com o Odair sobre como melhorar. A gente não conseguiu manter o controle, algo que estávamos fazendo bem. O Odair nos alertou que o Grêmio tinha um contra-ataque forte. Vínhamos de partidas contra times que tinham isso e neutralizamos bem. Dessa vez não mantivemos o controle. Batalhamos, mas não conseguimos. Acho que nosso ponto positivo é a dedicação em todos os jogos. Pegamos esse jogo como aprendizado. Temos sequência importante. Vamos trabalhar para corrigir os erros, trabalhar as virtudes e conseguir sair vencedor.