(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Nenê concedeu entrevista coletiva na última quarta-feira, no CT Carlos Castilho. O meia do Fluminense avaliou a fase da equipe no Campeonato Brasileiro, projetou o duelo de domingo frente ao Internacional e muito mais.

Veja todos os tópicos abordados pelo camisa 77:

 
 
 

Duas derrotas seguidas

– Só você ver o primeiro turno: dois jogos e nós fizemos um ponto. Praticamente a mesma coisa. E com jogos totalmente distintos. Acho que faz parte, futebol é resultado. Se você perde, tem essas críticas, desconfiança. Totalmente normal, estamos acostumados. Acredito, sim, que o Fluminense tem time para estar entre os quatro primeiros, quinto, sexto… É um time para brigar pela Libertadores, com certeza.

Próximidade do G4

– Estamos em oitavo, mas a quantos pontos do terceiro? Dois, três, quatro? A diferença é muito pouca. Se estivéssemos em oitavo e o terceiro ou quarto estivesse com sete pontos a mais, tudo bem. Está tudo embolado, em aberto. Está no começo do segundo turno. Claro, cada jogo é uma final. Não podemos perder pontos, mas são coisas que acontecem. Não vamos ganhar todos os jogos. Nem o time que está na primeira colocação, ganha. É a gente mostrar a cada dia, cada jogo que essas pessoas que não acreditam estão equivocadas – completou.

Atuações do Flu nos reveses diante Grêmio e Palmeiras

– Com certeza, a gente prefere vencer, continuar conquistando pontos, mas foram dois jogos difíceis. Contra o Grêmio, a equipe deu uma oscilada, mas contra o Palmeiras, acho que o time foi muito melhor. Voltou ao padrão que a gente estava acostumado, acredito eu. Infelizmente demos uma desestabilizada depois do primeiro gol, que foi em uma jogada que ao meu modo de ver não foi pênalti, mas isso é interpretação do juiz, do pessoal do Var. Única coisa que a gente não pode vacilar nesses momentos.

Sequência

– O jogo continua, a gente pode virar o jogo. Acho que a gente ainda está pecando nesse aspecto. Em relação ao jogo, acho que o time foi muito bem. Primeiro tempo melhor que eles inclusive. É um time complicado, mesmo com desfalques. Isso não pode definir o momento, mas já melhoramos muito. E a ideia é recuperar esses pontos perdidos. Mesmo sendo um jogo também muito difícil, fora de casa, temos que ir em busca de um grande resultado no domingo.

Partida contra o Inter

– Com certeza vai ser um jogo muito difícil, fora de casa, eles estão precisando da vitória, mas temos totais condições de nos impor e conquistar os três pontos. Claro que não vai ser fácil, temos que fazer um jogo muito bom taticamente e está focado nos detalhes, acho que essa vai ser a diferença desse jogo. E saber que mesmo fora de casa a gente tem que ter essa confiança de que podemos buscar a vitória e nos relançar às dinâmicas positivas que estávamos no campeonato.

Enfrentar o segundo colocado

– São esses jogos que te dão ainda mais confiança se você conquistar um resultado positivo. Temos que trabalhar o máximo possível na semana, para no jogo conquistar o resultado para voltarmos àquela dinâmica positiva que estávamos. Isso é totalmente possível, mas tem que sofrer, não é fácil. Saber que Brasileiro não importa se é o primeiro ou o último colocado, jogos são sempre complicados.

Fluminense não vence o Inter no Beira-Rio desde 2012. O que fazer?

– Fazer diferente das outras vezes (risos). Ter personalidade de jogar, fazer nosso jogo, não ficar esperando o adversário, por mais que esteja jogando em casa. Tentar impor como fizemos no primeiro tempo contra o Palmeiras e conseguir finalizar, terminar as jogadas em gol e sair de lá com o resultado positivo. Isso é motivação ainda maior para quebrar esse tabu e sair com a vitória.

Inter na disputa de Copas Libertadores e do Brasil (foi eliminado na quarta na nacional)

– Isso pode ser uma coisa interessante porque vão estar focados nessas outras competições, vão ter um desgaste maior, mas não vai facilitar em nada. Com certeza vai ser difícil do mesmo jeito. Lá eles lutam muito, são muito fortes, é saber que não vai ter facilidade. Pode ser que isso dê uma ligeira vantagem física ou mental, mas na hora do vamos ver nenhum dos dois vai lembrar disso e doar o máximo de si.

Desfalques no Inter

– Engraçado isso daí (times reservas dando mais trabalho), mas acho que o cara que está entre aspas na reserva, hoje em dia muitos times têm jogadores do mesmo nível, acaba diminuindo isso de “ah, é time reserva”. Psicologicamente pode ser que o time entra mais relaxado, achar que vai ser mais fácil, mas na minha opinião é ao contrario. O cara quer mostrar serviço para o treinador, mostrar que tem qualidade para estar no time, além de estar mais descansado, você não conhece tanto… Às vezes você está estudando o time, daqui a pouco vem um que você não conhece tanto ou não estudou muito e acaba surpreendendo. Tem que estar ligado, não achar que vai ser fácil, às vezes é até mais difícil.

Fez dois gols diante do Inter na vitória pelo primeiro turno

– São jogos bons de marcar gols. Mas o principal é a gente ganhar. Se a gente ganhar, mesmo eu não marcando gols, vou estar feliz. Claro que se puder marcar também, vou ficar mais feliz ainda.

Preparo físico após retornar de lesão

– Estou me sentindo bem fisicamente já. Senti um pouquinho o ritmo no início do jogo (contra Palmeiras), mas depois já estava bem à vontade, correndo normal, fisicamente me sentindo bem. O intuito agora é melhorar ainda mais nesse jogo (contra Internacional), estar 100% para ajudar o clube a conquistar essa vitória.

Time criticado

– Esquecer o que é de fora, nem ficar vendo muito. E acreditar no dia a dia, no que a gente faz, no que o treinador nos passa, no que a diretoria nos dá confiança… Então é ter esse equilíbrio de quando ganha não está a mil maravilhas, não está perfeito, fazendo tudo corretamente, sempre pode melhorar; e quando perde também não é tão ruim quanto parece porque futebol é muito resultado, muito momento. São coisas que fazem parte, é filtrar as coisas que vão nos ajudar, dar motivação, e o que não é correto, não é justo, esquece e deixa para lá.

Como ser mais perigoso

– A gente tem que finalizar bem as jogadas. Contra o Palmeiras, acho que criamos alguns lances de definição. É melhorar esse último passe e a finalização. A gente fazer o gol realmente. Se não fizer o gol, não tem como ganhar o jogo. Focar nesse quesito. Claro que a gente sempre pode melhorar e criar mais também, mas acho que o principal são os últimos metros do campo e a finalização. Focar para acertar no gol e tentar finalizar bem.

Sequência contra times da parte debaixo da tabela

– A gente vai sempre jogo a jogo. Claro que a gente também vê a tabela, dá uma pesquisada, o próprio treinador fala para fazer um número de pontos. Mas desses três jogos que você disse confesso que ainda não foi falado. O Papito sempre tenta ir jogo a jogo, como se fosse final, esse é o caminho. Às vezes também tem essa probabilidade ou meta de pontos para fazer, mas ainda não foi conversado sobre esses três. Então foco no Internacional para tentar buscar os três pontos.

Casos de Covid aumentando

– Realmente está voltando muito forte. Então temos que ter muitos cuidados. Parecia que já tinha normalizado, aí inconscientemente você acaba relaxando… Não pode. A gente tem que ter todos os cuidados possíveis. Até quem já pegou. Tem que seguir todos os protocolos ao máximo, principalmente fora daqui. Acho que o que está tendo problema é fora do ambiente de trabalho. Nos clubes estão fazendo todos os protocolos de saúde necessários para que a gente esteja bem, então é cada um dentro do seu ciclo familiar ou fora de casa, tenha esses cuidados para não trazer essa doença para dentro do clube, acabar transmitindo e piorando ainda mais.

20 anos de carreira

– Eu fiquei chocado. Tipo assim, eu achava que tinha estreado em 2001, para você ver. Mas tinha estreado pela Copa João Havelange em 2000. Descobri sem querer porque um historiador da cidade disse que tinha feito o sexto hat-trick depois do Figueirense, não cinco. Teve esse no Paulista contra o Amatonense, que foi em setembro de 2000. Falei: “Caramba, então está fazendo 20 anos”. Comecei a pensar, falar com meus assessores, ficamos todos empolgados, e realmente confirmou. Fiquei muito feliz e honrado por estar continuando, jogando bem, ajudando o time. Completar 20 anos me fez sentir velho, mais velho ainda (risos), mas ao mesmo tempo orgulhoso. Não é toda hora que um jogador que tem 20 anos de carreira está jogando da maneira que venho jogando, graças a Deus sem machucar quase nunca. Fiquei bastante feliz e emocionado com essa meta.