sedeEm 25 de fevereiro, a Unimed-Rio conhecerá seu novo presidente ou então terá a confirmação da permanência de Celso Barros no poder. Pela primeira vez, o gestor da empresa de saúde terá adversário: Claúdio Salles. Entrevistado pelo jornal “Extra”, fala de suas ideias em caso de vitória no pleito. Critica o relacionamento com o Fluminense e sinaliza mudanças. Confira na íntegra:

O que o motivou a tentar a presidência da Unimed?

 
 
 

Entrei para a Unimed em 2002, como médico cooperado. Eu participava pouco da política da empresa, mas dos últimos quatro anos para cá, algumas coisas começaram a me incomodar.

O que o incomodou?

Eu me incomodei com o relacionamento da empresa com o Fluminense, a quantidade de gastos com esse patrocínio. Ao mesmo tempo, passou a existir uma deterioração do cooperado, ganhando menos, insatisfeito com o relacionamento, com cirurgião sem receber. Uma empresa que está jogando rios de dinheiro em um clube de futebol e deixa de pagar seus sócios gera estranheza.

Você não acha que o patrocínio gera lucro para a Unimed?

Os resultados da empresa são uma conjuntura nacional. O país, como um todo, melhorou, a qualidade da saúde pública caiu e todas as empresas de saúde suplementar cresceram. Nós crescemos, mas pode ter certeza de que não foi por causa desse relacionamento. A relação custo-benefício é pequena. O que ajuda a Unimed é a qualidade do médico cooperado.

Com você, a parceria com o Fluminense acabará?

O patrocínio será muito avaliado. Não posso dizer que vai acabar, mas será estudado. O sócio-presidente disse na última assembleia que o investimento no Fluminense é R$ 70 milhões. Isso assusta. Certamente posso garantir que esse valor é impossível. Tem contratos que precisam ser cumpridos. Pretendemos manter a nossa relação com o esporte. Nosso negócio é saúde. A Unimed vende saúde e o esporte está ligado à saúde.

A Unimed não vai acabar perdendo visibilidade?

Se o problema é visibilidade, poderíamos ter o patrocínio de outras maneiras. Um exemplo é o patrocínio da Unimed-Rio Grande do Sul, que coloca a marca nos calções do Grêmio e do Internacional por valores bem menores do que a Unimed-Rio.

É uma ideia fazer isso no Rio?

Patrocinar os quatro grandes pode ser uma alternativa, mas nós vamos avaliar.

Já teve a chance de falar com alguém do Fluminense?

Não é o tipo de coisa que quero fazer. A partir do momento que eu assumir, não quero saber de nada, quem será o jogador, o técnico ou o presidente. Quero saber qual será a exposição da minha marca. Participar das decisões é impensável. Tenho de gastar meu tempo com a Unimed.

Já tentou debater ideias com Celso Barros?

Gostaria muito. Já o convidei para três debates na Unimed, para que pudessem ouvir nossas ideias, mas ele nunca aceitou. Já estivemos frente a frente, ele está me processando por calúnia e difamação, por causa do nosso site. Ganhamos em primeira e segunda instância. Ele não dá chance para o debate, se acha acima do bem e do mal.

Falta transparência?

Esse é o ponto fundamental. Queremos que o cooperado tenha acesso aos gastos da empresa. Queremos vê-la mais forte. Nossa adesão é grande. É só pensar em termos de consultas. Um médico nosso precisa de 11.500 consultas no ano para ganhar o que o Conca ganha.

Curiosidade: qual é seu time?

Meu time é a Unimed.


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