(Foto: Mailson Santana/FFC)

Não tem sido incomum ver um volante atuando improvisado na zaga do Fluminense. Seja com Felipe Melo ou André, o técnico Fernando Diniz utilizou o recurso em algum momento de quase metade dos jogos que comandou na temporada, na tentativa de ter uma melhor saída de bola desde o campo de defesa. A ideia, porém, tem encontrado cada vez mais resistência entre torcedores, especialmente quando o escolhido se trata do camisa 52. O veterano, de 39 anos, chegou a se sair bem na função com Abel Braga no início da temporada, só que em um esquema com três zagueiros.

Na última quarta-feira, na derrota por 3 a 2 para o Atlético-GO no estádio Antônio Accioly, o treinador optou pela improvisação mesmo tendo dois zagueiros de ofício no banco de reservas, o que o fez virar alvo de críticas. Mas, afinal, a improvisação é um problema? O que dizem os números?

 
 
 

Para responder a questão, o site “GE.com” fez um levantamento analisando os gols marcados e sofridos pelo time tricolor nos minutos em que um volante estava improvisado como zagueiro (na maioria das vezes, quando a equipe estava perdendo e Diniz arriscava para tentar buscar o empate). Os números indicam que a improvisação tem saldo positivo, apesar de uma diferença mínima: são 13 gols pró e 12 gols contra. Mas com uma diferença grande entre André e Felipe Melo.

Dos 11 jogos em que Felipe Melo atuou pelo menos alguns minutos improvisado sob o comando do técnico, a equipe foi vazada em seis, com 11 gols sofridos. Em coletivas, o treinador justificou a presença do volante na defesa para ter maior qualidade nos passes. O Fluminense marcou oito gols com o camisa 52 atuando como zagueiro, ou seja, o saldo é de três negativo.

Enquanto Felipe Melo esteve em campo como zagueiro na “era Diniz”, o Fluminense sofreu dois gols contra Atlético-GO (na ida e na volta), Atlético-MG, Corinthians e Internacional, além de um gol contra Goiás e São Paulo. Dessas partidas, o Flu só não perdeu para o Tricolor Paulista (o jogo terminou empatado em 2 a 2) e diante do Esmeraldino e do Flamengo (venceu por 3 a 2 e por 2 a 1).

Em alguns desses jogos, Felipe Melo acabou ficando marcado por falhas individuais que resultaram em gols do adversário nas partidas contra Internacional e Atlético-MG. Além de ter marcado um gol contra diante do Corinthians na semifinal da Copa do Brasil. Ao todo, foram três vitórias, um empate e sete derrotas, com aproveitamento de 30,3%.

Apesar do desempenho negativo com Felipe Melo improvisado, André puxa os números para cima na balança. O camisa 7 foi utilizado como zagueiro em 188 minutos durante sete partidas, quando o Fluminense marcou cinco gols e sofreu apenas um. Ou seja, o saldo é de quatro positivo.

Além disso, com André de zagueiro a equipe conseguiu reverter derrotas com o recuo do jogador em dois jogos: contra Santos no Brasileirão, quando perdia por 1 a 0, e diante do Fortaleza nas quartas de final da Copa do Brasil, quando estava em desvantagem no placar de 2 a 0. Ao todo, foram duas vitórias, três empates e duas derrotas, com aproveitamento de 42,9%.

Se nos últimos três jogos Fernando Diniz optou por uma zaga improvisada por conta de desfalques no setor, a tendência é que isso não se repita na próxima rodada. Manoel, que cumpriu suspensão na derrota para o Atlético-GO, está livre para retornar à equipe e remontar a dupla titular com Nino.