Campo está em péssimo estado (Foto: Jornal O Globo)

Em meio à indefinição sobre o futuro da administração, o Maracanã é alvo de mais uma polêmica. A concessionária Maracanã S.A (formada por Odebrecht e AEG). acusa o Comitê Rio-2016 de tê-lo entregado inacabado após a realização dos Jogos e em estado de total abandono. Assim, não aceita receber o estádio de volta. Há muita sujeira, degradação, falta de luz, restos de material da Olimpíada e até gatos morando no local e ajudando a deteriorar ainda mais o estado da arena.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, inclusive, afirma já ter noticidado a Rio-2016 duas vezes em relação aos problemas. No estádio, tem vidros quebrados, portas que não fecham, sete mil cadeiras faltando, buracos na parede e arquibancada suja com restos de comidas e bebidas consumidas no Jogo das Estrelas, organizado por Zico, no fim do ano passado.

 
 
 

Fora isso, as cadeiras repostas não respeitaram o desenho original de mosaico, deixando parte da arquibancada com cara de remendo. Para piorar, os assentos para acompanhantes de deficientes físicos foram recolocadas na parte superior do estádio, onde não há acesso para cadeirantes.

Nos camarotes parece ter havido uma limpa, no mau sentido. Alguns não tem nem sequer balcão. O imobiliário, que contava com sofás, cadeiras, pufes e mesas, foi amontoado inteiramente numa sala. Boa parte estragou e não tem condições mais de uso. Eles estão praticamente vazios. Internamente, porém, ainda há restos de comida. Outras áreas tiveram televisões retiradas e não recolocadas.

O campo também está bem ruim e ressacado. Isso por falta de água e cuidado. A Greenleaf, empresa que cuida do gramado, não pode ter acesso ao local por não saber quem é o contratante (Rio-2016 ou Maracanã S.A.). Por conta do corte de luz, não é possível fazer a irrigação do “tapete”.

A Rio-2016 afirmou ter entregado o Maracanã em 30 de outubro do ano passado, conforme previa o contrato, mas reconhecendo algumas falhas e reparos a serem feitos. A concessionária Maracanã S.A, por meio de nota, afirmou não ter recebido o estádio em virtude das condições entregues.

“A concessionária até o momento não reassumiu o Maracanã e o Maracanãzinho devido ao descumprimento do Termo de Autorização de Uso por parte do Comitê Organizador Rio-2016. O VUA prevê que o comitê organizador deverá manter o complexo sob sua administração até que tenha concluído todas as obras de reparação de danos e avarias causadas durante o uso, a fim de que as instalações retornem ao seu estado original. Apenas após o cumprimento dessas obrigações, o complexo retornará à Concessionária.”

O Governo do Rio de Janeiro, por sua vez, coloca a responsabilidade na Maracanã S.A. de gerir o estádio, mas também reconhece que ele não foi entregue como deveria e com reparos a serem feitos pelo Rio-2016. A Light, por sua vez, nega ter cortado a luz.

“A Light informa que o fornecimento de energia para o Estádio do Maracanã sempre esteve normal. O Estádio do Maracanã é suprido por duas linhas de energia, subterrâneas , que funcionam alternadamente em caso de falha em uma delas, não sendo registrada nenhuma anormalidade neste sistema e não confirmando a informação de impacto de chuvas e ventos nesta rede. Vale ressaltar que a interrupção para o Maracanã pode ter sido ocasionada por algum problema no sistema elétrico interno do estádio, de responsabilidade do próprio administrador. Também não houve qualquer contato da administração do Maracanã com a Light, informando sobre falta de energia no local”, informou, em nota, a Light.

Veja algumas fotos da forma como está atualmente o Maracanã:

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*Fotos: Jornal O Globo