Após depor na Cidade da Polícia na tarde desta sexta-feira na investigação da Operação Limpidus, que apura a ligação de clubes com as torcidas organizadas, Pedro Abad admitiu a cessão de ingressos. De acordo com o presidente do Fluminense, foi feito um acordo com os torcedores no sentido de ajudá-los a estarem no estádio.

– O Fluminense sempre foi demandado a fornecer ingressos e ajuda financeira, e nunca fez isso. Em setembro, logo após o jogo contra o Grêmio, o time estava em situação complicada, nós chamamos todas as organizadas. Fizemos um pacto em prol do time – disse, para completar:

 
 
 

– As organizadas colocaram que estava muito difícil levar os torcedores, não tinha gente para tocar bateria, entregar faixas, nos propusemos a ajudá-los. Ficou combinado que seria entregue a uma pessoa uma quantidade de ingressos para serem distribuídos para que os torcedores entrassem no estádio.

Porém, o entendimento policial e do Ministério Público, segundo o promotor Marcos Kac, do Grupo de Atuação Especializada em Estádios, há problemas na relação entre clubes e facções organizadas. Com ingressos, esses torcedores cometiam crimes.

– O Fluminense nunca teve conhecimento de que esses ingressos eram repassados ou tinham destinação diferente. A torcida do Fluminense nunca é um mal necessário. Ela é sempre importante. O clube tem a presunção de que as pessoas são honestas. Não adianta pressupor que as pessoas com quem estamos nos relacionando são desonestas. Se a gente tivesse conhecimento do que estava acontecendo, iríamos apurar e eventualmente tomar alguma medida – completou Pedro Abad.