Abel Braga publica emocionante carta sobre o Fluminense: “envergando essas cores, aprendi a viver”

Ex-comandante é o segundo que mais treinou o Tricolor

Presente na inauguração do museu do Fluminense na última segunda-feira (26), Abel Braga publicou uma carta aberta sobre o Fluminense nas suas redes sociais. No texto, o histórico ex-jogador e ex-comandante do Tricolor das Laranjeiras, agradece ao clube que o formou e também diz que jamais se esquecerá da homenagem da torcida, quando perdeu seu filho João Pedro, em 2017. Leia a carta na íntegra abaixo:

“Tem dias que ficam marcados na história. A minha, em um clube grandioso como esse, é eterna! Já falei outras vezes, o Fluminense moldou meu caráter, me criou como atleta, homem, me ensinou a ser quem sou hoje. Nesse clube, pude viver todas as sensações possíveis. Aqui nasci para o futebol, cheguei a seleção em 71, sorri, chorei… fui campeão e até me despedi dos campos. Muitas vezes levantamos taças juntos. Ficamos marcados na história do clube. O que mais me marcou foram nas vezes que vocês, clube e torcida, me levantaram sempre que precisei. Foi assim na derrota contra o Boca em 2012, no vice-campeonato da Copa do Brasil em 2005 e, principalmente, na maior dor que eu já senti na vida, quando o clube estendeu a mão para minha família no velório do meu anjo João Pedro. Ver a torcida me abraçando como no ensurdecedor minuto de silêncio no Maracanã naquele 05/08/2017, só de lembrar, arrepia, emociona, sintetiza o que é ser Fluminense. Por essas portas da sede do clube, com esse escudo, envergando essas cores, aprendi a viver. Ganhei muito mais do que pude oferecer. Fui reconhecido, ainda em vida, com o batismo do meu nome no campo de número 2 do CT. Agora, mais essa surpresa. Meu nome no museu. Mais um dia inesquecível gravado na minha história com o Fluminense que ficará em meu coração, na minha alma e na minha família. Alguns passam, passaram e passarão pelo Fluminense, mas muitos não sabem/souberam o que representa esse escudo. Só são marcados na história aqueles que entendem que eternizar o FLUMINENSE em si mesmo é parte do processo. É se apaixonar por estas três cores que traduzem tradição. Eu vim da Penha, zona norte do Rio, o Fred do interior de Minas, outros vieram até de outros países como Romerito, Conca, o Cano… e todos nós, em momentos diferentes, percebemos que amar esse clube era/é inevitável, é parte de você! Ter feito história aqui, é um privilégio, é uma das maiores honrarias que eu poderia receber. A esse clube, depois de tantas emoções, só tenho que agradecer! Obrigado ao Fluminense, presidente Mario Bittencourt e ao torcedor tricolor!”