Um dos remanescentes da gestão Pedro Abad, chegando para trabalhar no clube pela quarta vez, após pouco sucesso de Paulo Autuori no cargo, Paulo Angioni assumiu a diretoria de futebol tricolor no meio de 2018. Torcedor do Fluminense e de perfil mais discreto, ele conquistou a confiança do atual presidente, Mário Bittencourt, e se tornou peça importante no equilíbrio do departamento de futebol.

Sem participar diretamente das negociações, já que o mandatário tricolor tem um estilo mais centralizador nesse sentido, Angioni passou a ser uma espécie de apaziguador do Fluminense. Com uma fala mansa e muitos anos na bagagem, tinha grande relação com Abel Braga e é um dos nomes mais apreciados pelo técnico Fernando Diniz no clube. Fora isso, participa ativamente dos diálogos de construção de elenco.

 
 
 

Pouco tempo atrás, dado os resultados longe dos considerados ideais para um clube da grandeza do Fluminense, o diretor virou até meme entre os torcedores. O “Magic” Angioni ganhou holofote numa brincadeira após contratações questionáveis em temporadas passadas, mesmo não tendo participado da maioria delas. Contudo, internamente, seu prestígio nunca fora abalado junto ao presidente Mário Bittencourt e demais profissionais do futebol, embora já tenha havido uma resistência de outros vice-presidentes.

Responsável pelo projeto sub-23, sua empreitada mais ousada nos últimos tempos, acabou vendo a ideia ruir com o fim do Brasileiro da categoria e falta de patrocínios. Apesar do planejamento controverso, entendia-se que era melhor para o clube ter seus atletas atuando nos aspirantes da casa do que emprestá-los para equipes menores tendo de pagar o salário. Ele contou com o apoio de toda a diretoria nesse sentido e lamentou a extinção do sub-23 no início deste ano.

Próximo dos 80 anos, a tendência é que Angioni fique no Tricolor até o final da gestão Mário Bittencourt, quando, finalmente, deverá se aposentar. O presidente foi reeleito até novembro de 2025.

Paulo Angioni e Mário Bittencourt estreitaram relações em 2014, quando o segundo assumiu a vice-presidência de futebol, cargo não remunerado. Naquela passagem, Angioni tinha, basicamente, os mesmos afazeres, porém, com um protagonismo maior, já que Mário tinha tido apenas uma experiência no setor, como supervisor de futebol em 2009.