(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Considerado um dos grandes nomes revelados recentemente pelo Fluminense, o atacante João Pedro foi negociado com o Watford (ING) antes mesmo de completar 17 anos, em setembro de 2018. Na época, ainda sob a batuta de Pedro Abad, o jogador fora vendido a 10 milhões de euros (cerca de R$ 52,2 milhões na cotação atual) caso batesse todas as metas. Além disso, o clube divulgou que teria 10% de mais valia, ou seja, receberia a porcentagem em cima do lucro dos ingleses numa futura negociação.

Pouco menos de cinco anos se passaram e o atleta, agora aos 21 anos, foi contratado pelo Brighton (ING). O atacante foi anunciado nesta sexta-feira após o clube desembolsar a quantia de 34 milhões de euros (aproximadamente R$ 188 milhões). O Tricolor, claro, lucrou com o mecanismo de solidariedade e a mais valia. Porém, neste último, o valor arrecadado será menor do que a metade prevista quando Pedro Abad o negociou.

Isso acontece porque, assim que tomou posse do clube, depois de criticar o acordo durante todo o processo eleitoral, o atual mandatário, Mário Bittencourt, renegociou as condições com o Watford. Sendo assim, a quantia passou de um máximo de 10 milhões euros para 11,5 milhões de euros (R$ 60 milhões), caso batesse todas as metas. A contrapartida foi a redução de 10 para 5% da mais valia, conforme apuração do NETFLU. Esse foi o único jeito que Mário encontrou de alterar o acordo, já que fora demovido da ideia de desfazer a venda, devido a multa de 20 milhões de euros (cerca de R$ 104 milhões).

Desta forma, se confirmados tais valores, o clube das Laranjeiras ficará com 1,25 milhão de euros (R$ 6,8 milhões, aproximadamente), em vez de 2,5 milhões de euros (pouco mais de R$ 13 milhões). Fora isso, como clube formador, o Fluminense ainda tem direito a 3,5% do valor total da transferência pelo Mecanismo de Solidariedade da Fifa, o que dá 1,19 milhão de euros (R$ 6,5 milhões). A soma assim, ficará em torno de R$ 13,3 milhões.

Na época, o portal GE deu ainda mais detalhes do movimento do presidente Mário Bittencourt. Entenda a mudança no formato do negócio:

Como o jogador era menor de idade, foi firmada uma promessa de compra. O negócio com o clube inglês foi formatado em uma parte fixa de € 2,5 milhões de entrada mais bônus por metas que poderiam fazer a venda atingir até € 10 milhões. Também ficou acertado que o jovem atacante só seguiria para o Watford em 2020. As duas parcelas de € 1 milhão pagas em 2019 foram cruciais para o Fluminense pagar salários atrasados e ter alívio financeiro ao longo daquela temporada.

Depois da investida de Mário Bittencourt, os bônus foram transformados em um total fixo e os prazos de pagamento mudaram. Os limites para o Watford efetuar os pagamentos, antes de curto prazo, se estenderam até 2023. Em contrapartida, o valor a ser recebido pelo Flu aumentou para € 11,5 milhões. Um formato bem visto tanto pelo Tricolor, quanto pelo clube inglês, que vivia situação delicada na temporada (acabou rebaixado) e via o respiro financeiro com bons olhos.