A torcida delirou com a quebra da vantagem do adversário em tão pouco tempo, mas a comemoração não durou muito. Aos nove, o herói se tornou vilão. Lucas fez uma falta completamente besta, desnecessária em Diego, que estava de costas para o gol, na entrada da área. O camisa 10 do Fla bateu, a pelota saiu fraca, mas o xará, Cavalieri, demorou para pular nela e veio o empate.
A partir daí, o confronto ganhou contornos diferentes de todos os outros Fla-Flus da temporada. Jogadores de ambos os times, muito nervosos, trocaram o futebol pelas entradas violentas. A partida ficou feia e aquela altura não era impossível imaginar que alguém sairia expulso.
A partir dos 20 minutos, porém, os ânimos se acalmaram e o Fluminense, numa incrível demonstração de aplicação, vontade e atitude, foi superior ao Flamengo. Brigou pela primeira e segunda bolas, marcou impecavelmente, atacou com velocidade e não deixou o Fla respirar. Faltava caprichar mais no passe final, na finalização e no cruzamento. Mas a entrega que o time demonstrara seria recompensada.
Não sem antes Diego Alves espalmar uma bola à queima roupa de Renato Chaves, que explodiria o lado verde, grená e branco minutos depois.
Sornoza cobrou escanteio com perfeição na cabeça do zagueiro, que tocou no canto esquerdo do goleiro flamenguista. Só restou olhar a bola entrando: 2 a 1. Um Maracanã lotado de rubro-negros e a festa da minoria tricolor, que calou a multidão. Tudo normal.
E o jogo estava tudo para o Fluminense. No início do segundo tempo, aos 10, Renato Chaves, que fez sua melhor partida com a camisa tricolor, ampliou, novamente, de cabeça.
Marcos Júnior saiu machucado e Abel Braga inventou Romarinho, que não acertou nada. Trouxe o Fla para cima.
O terceiro gol, que poderia dar uma tranquilizada no time de Abel, acabou tendo efeito reverso. Os jogadores do Flu ficaram nervosos, começaram a fazer muitas faltas bobas e deixou alguns vacilos na marcação.
Abel voltou a mexer mal e tirou Sornoza, a cabeça pensante do time, e pôs Wendel, um carregador de bolas, que desarma menos do que o equatoriano e é menos cerebral.
O Flamengo foi para cima e diminuiu com Felipe Vizeu. O Tricolor ainda teve mais algumas jogadas de contra-ataque, mas se desesperou. E no desespero do jovem time tricolor, o rival conseguiu chegar ao empate que lhe garantiria a classificação. Lucas não subiu e William Arão cabeceou para a rede. Frustração. Decepção. Faltam palavras para definir uma classificação que esteve próxima.