Foto: Mailson Santana

Uma das críticas que eu achava muito injustas feitas ao nosso atual presidente, quando em campanha, era aquela relacionada a seu trabalho como vice de futebol, como se o vice de futebol fosse responsável por todos os males do clube, num sistema que é presidencialista e que conta com profissionais remunerados pra tocar o futebol.

Pois bem, o sistema é presidencialista e, hoje, Mário é o presidente. Portanto, boa parte de todos os problemas que serão elencados neste post ele pode resolver.

 
 
 

E vamos começar por quem ele escolheu pra gerir o futebol: Celso Barros.

Em algum momento, eu achei que o Celso poderia ser útil ao Fluminense. Seus contatos no meio, seu histórico como gestor, sua experiência de vida, poderiam trazer investidores, jogadores e respaldo ao trabalho do departamento de futebol.

Mas não. Tem sido uma tragédia. Celso já entrou de sola mostrando que não confiava no trabalho do treinador (trabalho esse que era elogiado, considerando o cenário em que era desenvolvido, por boa parte da crítica especializada).

Nas vésperas do jogo contra o CSA, Celso se reuniu com o grupo e cobrou, de forma veemente, resultados (como se o grupo gostasse de perder) e isso gerou um incrível mal estar. Ali a demissão era questão de tempo, da primeira derrota.

Celso optou pela troca do treinador as vésperas do jogo do ano pro Fluminense, que buscava um título inédito, numa competição em que o antigo treinador tinha um aproveitamento muito bom.

Quantas vezes Celso Barros se reuniu com o Fernando Diniz pra conversar, debater os problemas do time, pedir explicações sobre os maus resultados?

Será que Celso recebeu os relatórios de cada jogo da equipe de scout do clube pra analisar os motivos de cada derrota? Será que existe esse trabalho integrado no Fluminense?

Celso passou um tempo fora do futebol. Quantos cursos fez pra se atualizar? Quantos livros leu sobre o assunto? Quantos jogos, sem ser do Fluminense, assistia por semana?

Celso volta pra fazer futebol como se tivesse em 2012. Troca o treinador pra contratar o Abel (que nega), traz o Nem, o Nenê e promete o Fred pra 2020.

Abaixo do Celso, está o treinador escolhido pela gestão: Oswaldo de Oliveira.

Qual o motivo dessa contratação? O que esperavam do Oswaldo?

E reparem como as coisas estão funcionando com o Oswaldo.

Oswaldo já chegou colocando o Nenê pra jogar. Nenê que foi contratado recentemente, depois das eleições.

Em 5 jogos, o Nenê jogou todos e não foi substituído em nenhum deles. Em compensação o Ganso, um dos que ficou chateado com a demissão do Diniz, sai todo jogo.

O cúmulo foi ontem. Substituído pra entrar o Dodi, numa clara tentativa de queimar o cara (jogador importante, com contrato longo, diferenciado tecnicamente) junto à torcida.

Oswaldo é covarde. Foi covarde na Sul-Americana em São Paulo, foi mais covarde ainda no Maracanã e é covarde porque só teve peito pra barrar os garotos.

Covarde e burro. Justificou a escalação de ontem, que qualquer pessoa mediana sabia que não daria certo se baseando na vitória num jogo contra o Fortaleza. Fortaleza que teve mais posse de bola, mais chances claras de gol e em cujo jogo o melhor do time foi o Muriel. Essa é a análise rasa, em cima de um resultado injusto, que Oswaldo foi capaz de fazer.

Tudo pra justificar a escalação dos mais experientes. Oswaldo é refém desses caras.

O que justifica a retirada do Daniel do time titular no seu melhor momento no clube? Mais que isso. Por que sequer é opção pra entrar no decorrer dos jogos?

Por que Nenê não sai nunca, mesmo quando se arrasta em campo?

O que justifica a titularidade absoluta do Wellington Nem, jogador emprestado, que não joga há 7 anos em bom nível, tirando espaço do Marcos Paulo, jogador nosso que tem campo pra evolução?

O que justifica a titularidade e faixa de capitão pro Digão? Zagueiro fraco, que no auge da carreira era reserva do Gum. Nunca se destacou em lugar nenhum. Hoje deveria ser a quarta opção, atrás de Frazan e Yuri.

O que justifica a escalação do Airton? Completamente fora de forma, um escárnio a qualquer jogador que se dedica, que treina, perder espaço pra um cara desse. A forma física desse jogador é motivo de afastamento sumário do elenco de futebol profissional.

E Gilberto? Será que vai se manter como titular depois de dois jogos sofríveis contra Fortaleza e Palmeiras?

Alguém, em sã consciência, pode defender essas escolhas do Oswaldo?

Voltando ao início da postagem, tudo isso está acontecendo debaixo do nariz do nosso presidente.

Presidente e seu grupo que fizeram questão de antecipar eleições e tomar as rédeas de um Fluminense agonizante.

Não estou aqui cobrando o acerto da situação pré-falimentar que Peter e Flusócio deixaram o Fluminense.

Não estou aqui cobrando contratações de impacto e patrocínio master.

Não estou aqui cobrando que todo o projeto de campanha já esteja em funcionamento.

A cobrança é pelo óbvio. E é óbvio que está uma merda.

Mário, assuma a condição de presidente de um clube de futebol, saia fora de quem não sabe nada de bola, mande embora este arremedo de treinador, cuja metodologia causa constrangimento nos jogadores, afaste jogadores sem condição física, planeje uma melhor utilização de veteranos, dê oportunidade pra contínua evolução dos nossos jovens, sem tirar o espaço deles pra jogadores rodados que não jogam porra nenhuma, se cerque de quem realmente conhece futebol e te ajude a tomar as melhores decisões.

Não há mais tempo e espaço pra erros ou omissões.

Tabelinha

  • Bastidores – melhorou um pouco. São 3 jogos sem o Flu ser roubado, algo raro em rodadas anteriores, vide Goiás, Santos, Bahia, Vasco e CSA. Mas até agora, nenhum joguinho com uma interpretação a favor ou uma expulsão do adversário pra facilitar o jogo como ocorre com outros concorrentes.
  • Ewandro, Guilherme, Kelvin, Agenor… Inflam a folha salarial e não jogam. Quem responde por isso?