Circula em grupos de whatsapp um arquivo de 26 páginas, em PDF, que, supostamente, seria o Orçamento do Fluminense do ano vigente. Na análise, é previsto um déficit de quase R$ 76 milhões, o que já tem gerado críticas nas redes sociais. O MR21, um dos grupos políticos de situação do clube, publicou um post se manifestando sobre, demonstrando preocupação, mas também lança críticas a possíveis oportunistas. Confira:

O MR21 – MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO 21 DE JULHO, através de seus integrantes que fazem parte do Conselho Deliberativo, teve acesso à proposta orçamentária do Fluminense para 2017, apresentada na última quarta-feira, dia 15 de março de 2017.

 
 
 

Em uma análise preliminar, ficamos positivamente impressionados com o formato profissional apresentado, com o avanço no nível de transparência das informações expostas e, principalmente, com o cuidado na proposição de um plano de ações focado em buscar um equilíbrio financeiro para o clube.

Por outro lado, os resultados expostos e a previsão orçamentária para 2017 são extremamente preocupantes, e evidenciam o cenário de caos financeiro deixado pela gestão anterior, muito em razão da absoluta falta de controle e péssimos investimentos realizados no departamento de futebol nos últimos anos, da política de pagamento de salários acima da média de mercado para os cargos administrativos e sucessivos adiantamentos de receitas e manobras contábeis que tantas vezes foram pauta em debates nesse mesmo espaço.

Assustou-nos, ainda, algumas manifestações perpetradas por torcedores e militantes de uma das candidaturas derrotadas nas últimas eleições do clube, que se utilizaram da previsão orçamentária para destilar ódio contra a atual gestão. Evidencia, acima de tudo, a falta de cuidado de alguns conselheiros em levar ao público informações sigilosas, antes mesmo de as mesmas serem discutidas e debatidas, claramente colocando questões políticas acima dos interesses do clube.

Ademais, entendemos ser, ainda, bastante prematura qualquer conclusão final sobre os números apresentados. Muito embora o nível de transparência das informações tenha avançado, em comparação aos últimos anos, é preciso um maior detalhamento de algumas rubricas e a obtenção de novos dados, principalmente acerca dos gastos com setores específicos do clube e a em relação a realidade financeira herdada pela atual gestão, que entendemos que serão alcançados até a reunião do próximo dia 30 de março, onde estaremos presentes.
É preciso que se entenda, de forma definitiva, que o orçamento é, na realidade, um instrumento de planejamento financeiro e gestão, cujo objetivo é permitir a identificação prévia e a antecipação das receitas e despesas, a fim de viabilizar ajustes e adequações que permitam ao clube buscar um maior equilíbrio financeiro. Não deve, portanto, apresentar um cenário fantasioso, como nos últimos anos, e tão pouco omitir as dificuldades e desafios que deverão ser enfrentados. Deve, sim, ser realista, como mecanismo de impedir imprevisões capazes de acarretar na inviabilidade de gerenciamento do clube.

Indubitavelmente, a peça apresentada tem o cuidado de apresentar a realidade financeira, com todas as mazelas encontradas, considerando o tempo reduzido para adequações dentro da atual gestão e com foco em propostas que viabilizem ajustes urgentes, para que, no próximo exercício, não tenhamos que conviver com um quadro tão negativo.

O MR21 manterá sempre a sua postura de lutar pela transparência, colocando acima de tudo os interesses do Fluminense. Antes de qualquer manifestação definitiva de análise orçamentária, buscaremos todos os dados necessárias que nos permitam ser exatos e responsáveis. Apontando erros e exaltando acertos. Elogiando o certo, e fazendo as devidas críticas, de forma construtiva e não destrutiva, com a independência que sempre nos caracterizou.