(Foto: Lucas Merçon/FFC)

Nobres tricolores,

 
 
 

o que eu vi do Fluminense nas duas últimas partidas merece muito mais do que oito ou nove minutos de podcast. Precisa ficar registrado em forma de texto. Embora através de áudio também possamos guardar nossas opiniões, nem todos têm paciência de ouvir esse carinha aqui por tanto tempo. ACHO que através deste meio, a mensagem será passada a um maior número de tricolores.

Que beleza de futebol, hein! Já tinha me encantado com o que eu observei no Clássico Vovô. A derrota foi um mero detalhe. Se não repetiu aquela exibição, chegou perto. Inteligência aliada com qualidade técnica.

Fernando Diniz, que era uma enceradeira enquanto calçava a chuteira, me agrada como técnico, mesmo com maus resultados recentes no Atlético. Apesar disso, comete os mesmos erros de seus novos colegas de profissão. Nem todo atleta consegue executar determinada função ou estilo de jogo. Louvável a tentativa, pois é entusiasta do futebol bonito, com retenção de bola e domínio territorial. Mas o Flu usou e abusou das falhas individuais e até coletivas do time preto e vermelho do Paraná.

Na partida de domingo, Abel, técnico das antigas e detentor de uma teimosia ímpar, deixou Diniz perdidinho. Em casa, deu a bola para os caras, meteu uma linha de cinco na frente do goleiro e imprimiu contra-ataques avassaladores. Na coletiva, o adversário disse que esperava algo parecido. Ou quis sair por cima ou foi “garoto”. O Flu do Abel derrubou o Furacão, que não passou de brisa no Maracanã.

Gilberto, a cada dia melhor, empurrou a marcação deles. Tinham sempre de deixar dois na contenção, porque o ala direito vive grande fase. Jádson, que joga de meia nesse esquema do Abel, voando. Sornoza, de novo, “maestrando”, Marcos Júnior, enfim, aprendendo a dar ritmo à equipe, soltando a bola no tempo certo e Pedro, centroavante técnico e de visão, só faltou ser menos fominha. O ponto dissonante, ofensivamente, foi Marlon. Não teve má atuação, mas é lateral, não ala. Precisamos de alternativas menos burocráticas quando precisarmos de velocidade pelo lado esquerdo. Que falta faz o Ayrton!

Qualquer tricolor são jamais poderia esperar que esse time, esse Fluminense do Abelão, com três zagueiros, Richard, Marcos Júnior pudesse apresentar um futebol vistoso. Pode ser exceção à regra, mas está bom demais.

Futebol é diversão, entretenimento. Saímos das nossas casas para sermos felizes vendo nosso time jogar. Queremos vitórias, mas se elas forem construídas por acaso, como vinham sendo até o clássico da segunda passada, as comemorações serão parcas. O que presenciamos contra Atlético-PR e Botafogo é Fluminense. Na sua essência.

Se o Abel não sabe onde esse time poderá chegar, não sou eu que vou dar uma de profeta aqui. O título do post, claro, é provocativo, mas com uma faísca de esperança. Com vagas sendo, praticamente, doadas para a Libertadores, não é devaneio sonhar com o retorno à competição internacional com o futebol jogado.

Foram só duas partidas, é pouco. Mas há perspectiva. Para mantê-la, ainda precisamos de reforços. Não sei se o João Carlos suprirá o Pedro à altura, continuamos sem um reserva para o Sornoza e o Frazan segue como opção. Então, pensando em um Brasileirão, que será dividido em duas partes – antes e depois da Copa – ou talvez em três, com a terrificante janela internacional, não dá para contar com esse elenco pra disputar vaga em Libertadores.

Um outro fator que pode ser um divisor de águas (expressão nova, né? pqp) é salário. Time que não recebe não corre. Parece que voltou a atrasar ou poderá devido às conhecidas dificuldades financeiras. Se mentirem para os caras, prática comum e imbecil no futebol brasileiro, a carruagem vira abóbora rapidinho.

Sigo sonhando acordado. Me deixa que tá bom.

– E dizem que o torcedor não pensa: aplausos ao time e “homenagem” a quem merece

– Segunda boa partida do Luan Peres. Tem agradado

– Até o Renato Chaves melhorou. Ah, futebol…

– Curioso para ver o Dodi em ação, em tese, o reserva do Jádson

– Contratem um meia armador. Senão vai dar ruim!

– Previsível o “abandono” dos vices.

– A política do Fluminense é dividida entre situação e oposição por ocasião

 

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Um grande abraço e saudações!