(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Oi, pessoal. Vocês também se sentem exaustos após assistir ao nosso Fluminense jogar?

Eu demoro minutos em exercício respiratório para acalmar a irritabilidade e horas de sono para repor as energias sugadas. Também chamam isso de relacionamento abusivo (rs). Bem, fato é que o futebol é o esporte – por todas as suas variáveis e características – que mais espelha a alma humana.
V
Assim, cautela e covardia, coragem e imprudência, organização tática e previsibilidade (time estático) não se confundem nem se misturam. O futebol do Fluminense é covarde; não cauteloso. Seu medo é excessivo, não se se preocupa em conservar sua grandeza.

O modelo de jogo escolhido é imprudente porque é previsível, acuado, atraindo o adversário para próximo do nosso gol. Isto é correr mais riscos que escolher ser ousado e mais técnico. Mas a covardia com retranca inaceitável virou estratégica há anos e parece ser a identidade do nosso time.

Fred é o único que consegue, de forma hercúlea, e muito pelo “Suave Milagre” de 2009, conhecer, saber, sentir e viver a enormidade do nosso clube.

Após um jogo bem jogado contra o River Plate, no Maracanã, mesmo excessivamente amedrontado e nervoso, esperávamos uma melhora na confiança que faria o jogador fluir mais seu jogo.

Mesmo reativo, escolhendo se fechar, agrupar o time, o Fluminense não se pode dar ao “luxo” de atacar duas vezes contra oito do oponente (assim foram os 45 minutos contra o Santa Fe em pleno Maracanã).

Um jogo reativo não deve ser SÓ entre o nosso goleiro e a intermediária e SÓ com duas linhas estáticas que até uma criança de 8 anos consegue treinar. Não!

Inaceitável. Arriscado. O que temos visto são partidas tanto contra os colombianos como contra a Portuguesa da Ilha do Governador medonhas. Ou seriam medrosas?

Quando precisou se impor, o fez com autoridade mas se deu somente por alguns minutos do segundo tempo, tanto na semifinal quanto quarta-feira. Eles sabem. Se a gente sabe, como é que eles não?

Bastou – de novo ou novamente? – colocar um meia na meia, Cazares, para construir a vitória, povoando o corredor central com quem sabe proteger, girar para frente, ter passe longo, pensar o jogo para dominar, criar e marcar.

É aquela linha que precisa ser quebrada: onde fica o goleiro adversário. Num passe magistral de um 10 de verdade, Caio Paulista, bem colocado, saindo no tempo certo e finalizando com confiança, marcou um golaço que nos livrou de um tropeço que seria inadmissível.

Sorte? Não. Roger e os técnicos do Fluminense costumam ser assim: flertam com o azar, o risco, a insegurança, imprudência. O excesso de medo, o não confiar nos jogadores que tem, a zona confortável de poderem ser medíocres.

Não existe ficar “emburacado” no 1° terço do campo como modelo de jogo para um clube como o nosso. Só se utiliza desse esquema circunstancialmente em momentos da peleja.

O medo excessivo resulta em algo fatal: a perda do senso de realidade. Ah, é científico, hein? Leia qualquer livro sobre neurociência que descobrirá a pólvora… Não é mera opinião.

E o que tem sido nossa realidade? O Fluminense ter jogadores para formar um bom time, capaz de encarar qualquer adversário com chances de vencer, mas escolhe a covardia.

Por que? A quem serve isso? Ajuda-nos a te ajudar! Parem de ouvir a grande mídia, arriar-se, dando chance até para que aos árbitros do Sistema nos prejudique.

Estamos bem por causa dessa covardia tática e futebol muito, muito abaixo do nível dos jogadores que temos? NÃO! MIL VEZES, NÃO! Estamos bem apesar disso.

Quem não está vendo ou é ruim da cabeça, doente do pé ou quer que o Fluminense se dane, que continue figurante, para dar tempo do “Clube de Remo de São Januário” voltar a elite, retomando o papel de antagonista principal do Clube de Remo da Borges de Medeiros, preferências jornalísticas para o Mercado comprar a ideia.

Até o meu último respiro eu vou rechaçar com essa desvalorização – não me atinge a midiática, mas a do torcedor – sendo, em campo, a postura de atuar o espelho dessa pequenez, algo fora da realidade.

Esse modelo de jogo é criminoso, coloca o Fluminense como “um Bonsucesso”, correndo, correndo, exaurindo os jogadores como se eles estivessem enfrentando um Bayern de Munique.

Ei, é só a Portuguesa da Ilha, um time da Colômbia, outro da Argentina… é só mais um FlaxFlu e aquela mesma narrativa: de um lado, “o time dos sonhos”, e do outro? Quem mais os venceu em finais. Desmaterializem essa pequenez planejada que configura-se também na gestão do Mário Bittencourt. Infelizmente.

E a primeira coisa a modificar, dignificando os milhões de tricolores seria, mesmo mantendo essa bosta de modelo reativo, dar banco para Nenê.

Aos 39 anos, ele ser titular absoluto, num esporte de alta performance e jogando de 10, “o faz tudo”, lento e sem alguns dos mais importantes recursos que essa função exige, é um deboche.

Nenê é um atacante. Foi um baita segundo atacante. Ajuda e é útil, sim. Mas titular absoluto nesse modelo de jogo ao lado de Fred? Já é palhaçada de mau gosto.

Esse já seria um sinal significativo de que o Fluminense, a conquista, o melhor para o time, estão acima de vaidades, amizades, apadrinhamentos.

Futebol pune. E porque escolher ser punido sem necessidade e sem merecer?

Mais movimento de futebol. Mais movimento à bola. Cazares, titular e pelo meio, e com Kayky, acionando Fred. É o mínimo. O resto é ser irresponsável.

Sim, irresponsável, covarde, imprudente.

Vamos!

 
 
 

O único adversário a temer é o medo de jogar com a bola que temos.

Seja Fluminense! Isto bastará para ser campeão e “lutar por todas as taças.”

ST