(Foto: Nelson Perez - FFC)

Não chega a ser novidade para ninguém que o presidente do Fluminense, Pedro Abad, não pode exercer plenamente o cargo, devido a sua função como Auditor Fiscal da Receita Federal. A questão, levantada em primeira mão pelo NETFLU em 2016, ganhou força durante as eleições ao posto máximo do clube, no mês de dezembro daquele ano. Todos os candidatos rivais batiam exaustivamente nesta tecla, incluindo Cacá Cardoso, que que acabou apoiando o representante da Flusócio, se transformando no vice-presidente geral. Ele, inclusive, seria o designado para tratar com o poder público.

Entretanto, com a renúncia de Cacá e outros quatro vice-presidentes nesta quinta-feira, o Tricolor das Laranjeiras ficou, oficialmente, sem uma voz para atuar junto ao município, estado e governo federal. A tendência é que o coordenador administrativo, Marcelo Penha, ou até mesmo o assessor pessoal de Abad, Fernando Simone, se encarreguem das conversas com o poder público. Em entrevista concedida em setembro de 2016 para o site número 1 da torcida, o próprio Pedro Abad havia explicado suas ressalvas para seguir no cargo de auditor, caso fosse eleito.

 
 
 

– A primeira é não assinar e não representar o clube diretamente, pessoalmente, perante o poder público. Isso é facilmente contornável quando o clube passa procuração para um advogado fazer essa ação em nome do clube, que já é uma praxe. Nenhum presidente assina efetivamente a petição. Segundo é a questão da carga horária. A resposta foi muito em função do funcionalismo público em geral, mas na verdade minha atuação é desprovida da necessidade de assinatura de ponto. Tenho que cumprir minhas metas, que são produtividade, não assino ponto. Posso trabalhar em qualquer horário do dia, caso queira trabalhar, por exemplo, de meia noite até às 4h da manhã, é permitido, é legal. Isso foi dado por escrito. Tenho uma autorização para exercer a presidência junto com o meu trabalho, desde que eu acate essas restrições. Estou muito motivado. Quem vai sofrer é minha família, mas é uma opção nossa. Tenho certeza que a minha função na Receita e no Flu não serão prejudicados. O torcedor tricolor e sócio pode ficar tranquilo, porque não existe nenhuma incompatibilidade – disse.

Um parecer da Receita Federal, também divulgado em primeira mão pelo NETFLU, autorizou a candidatura do funcionário sem prejuízo do seu cargo – Abad chegou a cogitar pedir uma licença para poder concorrer ao pleito tricolor. Porém, fez algumas ressalvas, como a participação de Abad como representante tricolor em contratos com o poder público, balanços contábeis e petições judiciais.

Confira o documento divulgado pelo site número 1 da torcida, na época: