Fluminense e Flamengo se acertaram sobre venda de direitos; Vasco e Botafogo, não (Foto: Twitter oficial da Ferj)

A questão da divisão dos direitos de transmissão do Campeonato Carioca de 2023 rendeu e segue rendendo polêmica nos bastidores do futebol do Rio. Presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes deu a versão da entidade a respeito das tratativas.

Por enquanto, Flamengo e Fluminense aceitaram a proposta da Brax, empresa escolhida pela Ferj para comercializar os direitos do Estadual. O Tricolor aceitou a oferta de R$ 15 milhões, enquanto o rival ficou com R$ 21 milhões. Vasco e Botafogo afirmaram que não vão assinar nada recebendo a menos que os rubro-negros.

 
 
 

De acordo com Rubens Lopes, a entidade não opina no assunto. A questão é exclusiva para as tratativas entre os clubes e a empresa que trabalha na venda e captação de recursos para o Estadual.

— A Ferj não participa do critério de divisão de receita. Não existe essa narrativa de que a Ferj fez a distribuição dessa ou daquela receita. A Ferj conduz a reunião – iniciou, prosseguindo:

— A Brax Esportes ofereceu aos clubes uma garantia mínima. Ou seja, os clubes entram no campeonato com um planejamento já sabendo o quanto irão receber de recursos. Saiu uma notícia na fase de debate que o Flamengo queria isso ou aquilo, mas cada um queria isso ou aquilo. A Ferj reuniu os quatro clubes e a empresa garantidora desses recursos, que ofereceu um valor a ser distribuído entre esses quatro clubes. O valor foi de 45 milhões de reais, depois para 50 milhões, que seria distribuído entre os quatro. Dessa discussão, desse critério, quem vai receber quanto, a Ferj não participa disso. O critério é estabelecido por uma decisão democrática. Em determinado momento, alguns entendiam que o critério deveria ser igualitário, outros não entendiam isso. Mas sobre a argumentação de que no mundo do futebol existe desigualdade, de acordo com o apelo comercial. Evidente que o patrocinador da camisa de um clube, não paga a mesma coisa para outro. Desigualdade em função do interesse comercial, isso acontece em todas as ligas.

Também de acordo com Rubens Lopes, houve por parte da federação uma tentativa de mediação das conversas. Porém, os clubes não chegaram a um acordo.

— A Ferj reuniu os quatro grandes e a empresa e os deixou sozinhos no debate para uma conclusão. Em determinado momento, eu saí da sala e deixei para eles decidirem. Marcou-se uma nova reunião, mas na noite anterior, os dois clubes, Vasco e Botafogo, radicalmente, disseram que se a divisão não fosse igualitária, não iriam aderir. O prazo era curto, mas em função da intransigência desses clubes, que durante dois anos não receberam nada e agora radicalizaram. A Ferj não pode impor adesão. Quem quiser adere, quem não quiser, não adere. Quando lemos que a Ferj privilegiou, é uma declaração leviana, inconsequente e insana – concluiu em entrevista à Rádio Tupi.