No ano passado, quando ficou definida a saída da Unimed, o Fluminense tinha como projeto juntar os jogadores experientes que restassem com os mais jovens das divisões de base. Cristóvão conhecia a ideia e também a dificuldade para aplicá-la. Topou!
O Fluminense também.
Com um empate contra o Tigres e derrotas para Volta Redonda, Macaé e Botafogo, Cristóvão não resistiu. Mas o projeto era difícil, todo mundo sabia…
Também será difícil para o sucessor.
Ao perceber a repercussão negativa do anúncio de que Ricardo Drubscky está na primeira posição para ser o sucessor, a direção do Fluminense recuou. Em entrevista coletiva, Mário Bittencourt deixou claro que ainda não há uma definição. Drubscky é agenciado pelo mesmo empresário de Fred. Isso ajuda. É provável que seja o novo treinador.
Mas ajudaria mesmo ter convicção do que se quer.
É mais fácil também ter certeza quando se tem dinheiro. Pagando R$ 600 mil por Abel, ele voltaria às Laranjeiras, haveria uma ou outra voz dissonante, mas o nome forte protegeria a direção.
Não é assim que se faz futebol.
Ou você sabe como um técnico trabalha e escolhe seu estilo ou desiste. Se não tem competência para entender qual tipo de jogo se deseja, apostar e fortalecer esse trabalho, melhor mudar de ramo. Isso vale para os dirigentes.
Nomes correm por fora. Argel Fucks é um. Ney Franco, outro…
Incrível como com pouco dinheiro aponta-se sempre para técnicos de trabalhos recentes medianos ou ruins.
Ney Franco é bom, mas foi rebaixado pelo Vitória. Argel Fucks é ascendente, ficou em décimo-terceiro lugar pelo Figueirense. Drubscky foi décimo-segundo colocado pelo Goiás. O Fluminense de Cristóvão ficou em sexto lugar.
Sem gastar, os dirigentes precisam de convicção. Isso é artigo de luxo.
O Fluminense não sabe o que quer e por isso não sabe qual técnico escolher. Deste jeito, qualquer que seja a escolha terá chance mínima de dar certo.”