(Foto: Lucas Merçon - FFC)

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) entrou, nesta terça-feira, com um processo na Justiça contra Fluminense e Botafogo. O motivo é o manifesto da dupla contra o retorno do Campeonato Carioca em meio à pandemia do novo coronavírus. Na ação, a entidade cobra uma indenização de R$ 100 mil da dupla por danos morais.

Em documento enviado à Justiça, a Ferj alega que os clubes “expuseram grosseira e mentirosamente uma série de supostas irregularidades imputadas à Autora” e diz que “é muita covardia de ambos mandatários agirem às expensas das instituições que administram para tentar infligir alguma dor na moral alheia, visando amealhar alguma fugaz repercussão social”.

 
 
 

Sobre os pontos questionados pelo Tricolor e pelo Alvinegro, como o atraso forçado na volta aos treinos, a Ferj rebate alegando que autoridades o haviam liberado. “Daí pergunta-se: há desmando em cumprir a Lei? Qual desrespeito praticado contra os torcedores?” E segue com um ataque às instituições: “Essa retórica vazia e oportunista somente tem o condão de desvirtuar o foco da questão, qual seja, a inabilidade em gerir a crise em um clube falido. O suposto motivo nobre nada mais do que mascara uma triste realidade de bancarrota absoluta, bancada por sucessivas administrações incompetentes”.

No fim do texto, a Ferj faz ainda mais ataques escancarados a Fluminense e Botafogo: “A verdade é que dos 16 clubes apenas 2 discordaram do retorno a atividade desportiva, sentindo-se ‘atacados’ pela autora e por todos os outros 14 clubes, o que chega a ser uma piada de gosto duvidoso. O ataque a que ambas Rés se referem é a derrota acachapante de 14 x 2? Trata-se, pois, de um mero chilique sem qualquer embasamento para tanto”. A conclusão da entidade afirma que o manifesto de ambos suplantou os direitos de liberdade de expressão: “a manifestação conjunta dos Réus transcenderam (sic.) o direito à liberdade e manifestação de pensamento, pois serviram apenas para afrontar os direitos da Autora ao nome, imagem, honra, boa-fama, ética, reputação e idoneidade”. Por isso, a federação cobra de Botafogo e Fluminense.