Caso saia em junho, Marcos Paulo renderá pouco mais de R$ 3 milhões ao Fluminense (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Marcos Paulo deixará o Fluminense. A questão agora é quando. O atacante já assinou um pré-contrato com o Atlético de Madrid, da Espanha. Presidente tricolor, Mário Bittencourt, afirmou ainda negociar para receber algo em caso de saída imediata. Caso o jogador siga para sua nova casa apenas em junho, no fim do vínculo atual, o clube das Laranjeiras terá direito de “Training Compensation” (compensação por treinamento). O valor, noticia o site ge, é de cerca de 500 mil euros (pouco mais de R$ 3 milhões).

Assim como o mecanismo de solidadariedade, a compensação por treinamento foi criada pela Fifa para proteger os clubes formadores de jogadores (onde o atleta passou entre 12 e 23 anos. Marcos Motta, advogado especialista em direito esportivo e um dos implementadores dos mecanismos no Brasil, explica o assunto.

 
 
 

– Eu acompanhei a criação do mecanismo de solidariedade e do mecanismo de compensação por treinamento e formação lá no ano 2001. Esses mecanismos, ao contrário do que muita gente pensa que é uma esmola, na verdade foi criado pela Fifa exatamente para proteger os clubes formadores em função da decisão Bosman de 1995, que alterou toda a legislação, permitindo que os jogadores saíssem livres ao fim de seus contratos. O que é uma coisa tão óbvia, clara, hoje em dia, não era. Antes, os jogadores ao final do contrato ainda ficavam presos aos clubes, era o “passe” – falou, complementando:

– Com os jogadores passando ao estado de “livre”, o que eles chamam de “free agent”, ou seja, os jogadores sem contrato, a Fifa resolveu criar em 2001, na revisão de seu regulamento, essas duas figuras de compensação de indenização e compensação do clube formador. Exatamente para que se evite que o clube formador não receba nenhum tipo de compensação quando o jogador estiver ao final do contrato. De alguma forma, tentar suprir as perdas que os clubes estavam tendo.