Odair diz que depois das férias terem sido dadas, não se pode obrigar os jogadores a nada (Foto: Lucas Merçon - FFC)

O Fluminense decepcionou e ficou fora da Copa Sul-Americana ainda na primeira fase, eliminado pelo Unión La Calera, do Chile. Antes da estreia na Copa do Brasil, na próxima quarta-feira, contra o Moto Club, no Castelão, o técnico Odair Hellmann terá uma semana livre para treinar e o elenco praticamente inteiro à disposição (a exceção é o zagueiro Frazan, quinta opção para o setor). Neste sentido, o site “Globo Esporte” destacou os possíveis dilemas que o treinador pode ter para montar e ajeitar a equipe até lá.

Confira a íntegra da análise do portal setor por setor:

 
 
 

Defesa

Difícil imaginar que Muriel seja barrado. Por mais que tenha começado mal o último Fla-Flu e recebido vaias no Maracanã, ele se redimiu ao longo do clássico e tem mostrado confiança à torcida desde que chegou ao clube no ano passado. Contra o Unión La Calera, o goleiro pouco foi acionado, mas quando precisou cumpriu seu papel.

Nas laterais, Gilberto e Egídio, apesar de não terem ido bem na eliminação na Sul-Americana, são os titulares do time. Quando os pontas conseguem ajudá-los na marcação alta, costumam se destacar mais, chegando com facilidade ao ataque.

Já a dupla de zaga titular, formada por Luccas Claro e Digão, tem a sombra de Nino, que voltou do Pré-Olímpico e ainda não jogou pelo Fluminense este ano, e Matheus Ferraz, que foi muito bem em 2019 até sofrer grave lesão no joelho direito. Atualmente na reserva, os dois carregam a preferência da maior parte da torcida e eram considerados favoritos para o setor no início do ano.

Embora a equipe não tenha sofrido gols contra o La Calera, nas poucas vezes que os chilenos chegaram com perigo, Luccas Claro não mostrou a mesma firmeza de antes – no entanto, o zagueiro começou bem a temporada não só atrás, mas também marcou três gols no ataque. Digão foi mais seguro no Chile, mas não iniciou tão bem o ano e vira e mexe é alvo de críticas de torcedores.

Meio de campo

Talvez seja o setor que dê mais dor de cabeça para Odair. Nos últimos três jogos, o técnico optou por Henrique, Yuri e Nenê. Mas o setor também vem sendo alvo de críticas.

Com exceção da partida contra o Botafogo, a dupla de volantes não foi bem. Lenta e burocrática, chegou atrasada em alguns lances na marcação – o que fez, por exemplo, Henrique ficar amarelado com 20 minutos de partida contra o La Calera. E também foi pouco eficaz na construção de jogadas, o que de fato não é característica deles.

Hudson, que começou o ano como titular, aparece como opção: sabe marcar e tem qualidade no passe, ajudando na transição da defesa para o ataque. Nas primeiras partidas, foi peça-chave do time com assistências e roubadas de bola.

Outro que não tem sido mais tão aproveitado é Dodi. Também fez bons jogos, mas por conta de dores no calcanhar, perdeu espaço. Já recuperado, seria opção para dar velocidade ao meio de campo da equipe, que muitas vezes se mostra lento, dificultando a troca de passes e forçando o “chuveirinho” na área.

Nenê segue como um dos principais nomes do time. Não tem sido mais tão brilhante como no início, mas é quem mais leva perigo ao gol adversário, seja com as finalizações (de bola parada ou não), seja com cruzamentos e passes verticais. Yago é outra opção e chegou a ser titular, mas perdeu espaço.

Ganso, que na teoria é o titular da posição, ainda não teve muitos minutos em campo. E nos 36 que teve contra o La Calera, quase não criou. Faltou ritmo de jogo e poder de fogo. O uruguaio Michel Araújo é outra opção para o setor, mas ainda não conseguiu se destacar nas poucas chances.

Quem não foi aproveitado nos últimos três confrontos foi Miguel. O jovem de 16 anos já mostrou qualidade e personalidade. Se tiver com quem dividir a responsabilidade no meio de campo, como Nenê ou Ganso, tem tudo para ajudar a equipe. Ele tem boa visão de jogo, dando opção aos atacantes.

Ataque

É bem verdade que Pacheco e Wellington Silva não foram inscritos a tempo da primeira fase da Sul-Americana e fizeram falta. Contra o Botafogo, Wellington foi o melhor em campo, enquanto Pacheco mudou o Fla-Flu após entrar no segundo tempo. O peruano ainda não teve chance de começar jogando uma partida, mas vem pedindo passagem.

Titular ao lado de Wellington Silva, Marcos Paulo não vive seu melhor momento. Após se destacar contra o Botafogo, foi discreto diante do Flamengo e do La Calera. Opção de Odair, Caio Paulista teve sua primeira chance como titular no Chile após entrar bem nos últimos dois jogos. Só que o gramado sintético e a retranca adversária o prejudicou, e ele não aproveitou a oportunidade.

Na posição de centroavante, Evanilson tem a titularidade garantida, pelo menos até a confirmação do retorno de Fred. O garoto já havia terminado o ano passado em alta e começou bem a temporada, com dois gols em quatro jogos, sendo três como titular. Contratado para ser opção no setor, Felippe Cardoso até marcou uma vez, mas não convenceu.

Matheus Alessandro, Lucas Barcelos e Pablo Dyego também já foram testados, mas só o primeiro continua a ser utilizado por Odair saindo do banco. Mesmo enfrentando resistência da torcida.

Se antes da viagem para o Chile Odair tirava o peso da partida contra o La Calera, dizendo que independentemente do resultado não seria o “jogo do ano”, o técnico não poderá fazer o mesmo contra o Moto Club. A estreia na Copa do Brasil pode salvar pelo menos o primeiro semestre.