Faltando cinco dias para as eleições que definirão o novo presidente do Fluminense, a lista de sócios aptos a votar possui diversas informações, no mínimo, esquisitas. Em post no blog “Panorama Esportivo”, do O Globo, o jornalista Gian Amato noticia alguns dos diversos problemas entre os nomes que poderão participar da votação no dia 26 de novembro.

Veja o post na íntegra:

 
 
 

“O Panorama Esportivo teve acesso à lista de votantes para a eleição do Fluminense, no dia 26, distribuída pelo clube para os candidatos à presidência, Celso Barros (número eleitoral 40), Mário Bittencourt (20) e Pedro Abad (30).

Em parte da base de dados, que reúne um universo de mais de 13 mil votantes, em tese aptos ao voto, foram encontrados, até agora, cerca de 400 erros.

Os mais graves: há entradas nas quais nem constam os nomes dos sócios. Há apenas a descrição “Embaixadas”. E os endereços destes “eleitores” estão listados como Álvaro Chaves 41, local da sede do Fluminense, em Laranjeiras. Além disto, o e-mail anexado às “Embaixadas” é o do departamento de marketing do tricolor.

As “Embaixadas” fazem parte de um programa de sócios do Fluminense espalhados em núcleos, como explica o site oficial do projeto.

Existem 167 sócios futebol que não constam na base de dados do Fluminense, outros 150 com mais de três meses de atraso no pagamento, o que os impedem de votar, de acordo com o estatuto do clube, além de 130 com três meses exatos de inadimplência.

Além dos problemas na lista, existem dúvidas em relação à organização da eleição. Há dados conflitantes sobre as urnas, que seriam 11 segundo o regulamento do pleito, mas, em comunicado aos sócios, o Fluminense fala em 13. Existem apenas sete fiscais até o momento, o que deixaria quatro urnas sem fiscalização.

Haverá urnas  de papel e eletrônicas, porque sócios podem quitar vencimentos em atraso na hora do pleito, o que não daria tempo de incluí-los nas urnas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Pela primeira vez, o pagamento de mensalidades atrasadas poderá ser feito com cartão de crédito, o que levantou dúvidas a respeito de o possível cancelamento do pagamento após o voto ser depositado na urna.

O Fluminense prometeu fazer os  consertos necessários até a eleição e argumentou que a base de dados seria preliminar e voltada para a comunicação com os sócios. No entanto, não haveria possibilidade de um candidato saber como entrar em contato com quem não está listado, ou está relacionado de maneira errada.

A nota do clube, na íntegra:

O Fluminense informa que a referida base de dados é preliminar, enviada às candidaturas com a finalidade de auxiliar o processo de comunicação com os sócios. É, portanto, um documento para fins de consulta e não definitivo para a eleição. Esta situação foi informada aos participantes do pleito marcado para o próximo sábado, dia 26 de novembro.

A base de dados para fins de votação, com a ciência dos representantes das chapas, foi entregue ao TRE nesta segunda-feira e será repassada às candidaturas. Esses são os dados oficiais, com nomes e números das urnas, sem a existência de dados incompletos ou abertos.

Sobre a alternativa do eleitor poder regularizar a situação de pagamento com o clube por meio de cartão de crédito, a direção do Fluminense destaca que esta opção foi comunicada em reunião com os representantes das chapas, de forma a respeitar a isonomia. Na reunião, ficou decidida inclusive a criação de um termo de responsabilidade específico para dar ainda mais segurança aos casos mencionados. Importante esclarecer ainda que o clube não sofre risco de vir a perder o valor do pagamento uma vez que ele já terá sido liberado pela operadora do cartão. Todas as chapas foram informadas e concordaram com esta solução.

Não há qualquer incoerência de, para os casos de regularização do pagamento em última hora, a votação ser feita em cédula de papel. Tanto as chapas, o Ministério Público, quanto o TRE concordam com esta alternativa.

Inicialmente haveria um número total de 13 urnas eletrônicas disponíveis para a eleição. Em comum acordo com o TRE, ficou definida a redução para 11 urnas de forma a facilitar e organizar ainda mais o processo. O número de fiscais das chapas para acompanhamento de todo o processo eleitoral foi definido em comum acordo entre as candidaturas participantes. Além disso, é uma prática rotineira em toda eleição do Fluminense a presença do Ministério Público. Por fim, cabe ressaltar que o clube fez questão de contar com o sistema mais seguro existente para as suas eleições. Exatamente o mesmo que assegura a eleição de presidente do país.

O Fluminense faz questão de reiterar que todos esses pontos citados constam no regulamento da eleição que foi validado e assinado pelos representantes das chapas em reunião sem a existência de qualquer ressalva por parte de todas as candidaturas.

A expectativa é de que o Fluminense tenha a mais rápida e segura eleição de sua história. Motivo de orgulho para uma gestão que promoveu a abertura política, deu ao torcedor da arquibancada o direito ao voto e que tem, entre os clubes de futebol do país, o procedimento eleitoral mais democrático do Brasil”.