Ainda muito revoltado, Peter Siemsen não acredita que o pênalti mal marcado a favor do Palmeiras foi um simples erro. O mandatário do Fluminense disse que Leandro Pedro Vuaden foi o responsável pelo time carioca não ter resolvido o confronto das semifinais da Copa do Brasil ainda no Maracanã.

– No Brasileiro eu dei um desconto, entendo a questão do erro, é do ser humano. Mas o que aconteceu aqui não foi erro. Tínhamos todas as condições de matar o confronto aqui. Mas o árbitro entendeu que não deveríamos matar o jogo. Os amarelos foram um escândalo. Foi agressivo com o árbitro, mas ele mereceu.

O Maracanã recebeu um bom público nesta quarta-feira, mas esteve longe de lotar. Exatamente 31.881 pessoas pagaram para assistir a Fluminense 2 x 1 Palmeiras, pelo jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. O público total foi de 34.895, para uma renda de R$ 1.125.430,00.

A fúria contra Leandro Pedro Vuaden fez alguns se esquecerem de que a vantagem para avançar às finais da Copa do Brasil é do Fluminense. Diego Cavalieri ressaltou o placar obtido, embora tenha admitido que poderia ser melhor se não fosse o erro clamoroso do árbitro.

– A gente sabe que o gol fora de casa é importante. Eles jogam por um gol lá e a gente tem a vantagem do empate. É um vitória importante. No primeiro tempo tivemos bastante equilíbrio, eles foram na bola aérea, insistiram. Está tudo em aberto, adversário difícil e temos que jogar da maneira que a gente vem jogando, para tentar passar à próxima fase – ensinou o goleirão.

A Federação de Futebol do Rio de Janeiro, comandada por Rubens Lopes, ganhou uma aliada no veto à Primeira Liga. O presidente da Federação Paranaense, Hélio Cury, também se posiciona de forma contrária à realização do campeonato da Liga Sul-Minas-Rio.

– O encaminhamento foi um pouco forçado, desrespeitando as federações, não conversando com ninguém. Isso foi uma incoerência. Faltou sensibilidade e respeito – disse Cury, que emendou:

– Não é pelada, que reúne meia dúzia de clubes e faz.

Por outro lado, o presidente da Federação Gaúcha, Francisco Novelleto, manifestou seu apreço pela Liga, embora tenha opinado que ela deveria entrar no calendário definitivamente apenas daqui a dois anos.

– Sempre fui a favor. Mas defendia que o torneio começasse em 2017. Até porque a ideia inicial era de ocupar 16 datas. Mas como agora tudo indica que vamos usar apenas quatro datas durante o Campeonato Gaúcho, estou dentro. Até porque não podia tomar caminho diferente dos meus dois principais clubes – destacou, opinando que as federações do Norte e Nordeste deveriam aprovar o campeonato:

– Não alcancei essa medida. Até porque todas as federações do Nordeste e Norte devem se mostrar a favor da nova entidade. Senão,  eles dariam um tiro no próprio pé,  uma vez que seu clubes já fazem parte de ligas, com a Copa do Nordeste e a Copa Verde

A Federação Catarinense também apoia a liga, já que seu mandatário, Delfim Peixoto, é um dos apoiadores do grupo.

O meia Gustavo Scarpa teve boa atuação na vitória sobre o Palmeiras, mas ainda lamenta uma jogada. No segundo tempo, limpou a marcação e chutou. A bola passou perto da meta de Fernando Prass. Seria o terceiro, que daria a vantagem de o Fluminense poder até perder por um gol de diferença no Allianz Parque.

– Eu perdi uma boa oportunidade, onde driblei e poderia ter caprichado um pouco mais. Agora é buscar lá em São Paulo – disse Scarpa, que espera que o árbitro valide o segundo gol tricolor, dado a Gum, para si:

– Aí é ruim pra mim (risos). Que eles possam rever aí e dar o gol pra mim.

Presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa, saiu em defesa do árbitro de Fluminense x Palmeiras. Na visão dele, Leandro Pedro Vuaden marcou a penalidade, também por acreditar na idoneidade do meia Zé Roberto.

– Pelo campo de jogo, com o ângulo de visão que ele (Leandro Vuaden) teve, o que eu imagino que ele tenha visto é o zagueiro virar para disputar a bola e tocar nas costas do Zé Roberto. Essa é a visão dele. E quem estivesse atrás do gol, e visse daquela mesma posição, teria essa mesma impressão. Só que eu não entro no campo da interpretação porque o árbitro está ali, ele tem alguns segundos, menos de um segundo, para deliberar: penal ou não penal. O Zé Roberto é um jogador que nós conhecemos, que não simula, um jogador que procura jogar futebol, que não reclama. Então, tem todos os indicativos positivos, no caso do árbitro até interpretar como o toque tendo ocorrido nas suas costas. Mas isso é no campo, o ser humano visualizando uma situação rápida e tem que decidir – justificou Sérgio Corrêa.

Maurício Noriega, comentarista dos canais Sportv, debateu sobre a declaração contundente do presidente do Fluminense, Peter Siemsen ,após o jogo contra o Palmeiras. Na opinião do jornalista, a arbitragem de Leandro Pedro Vuaden foi “confusa” e diz que o gol de Amaral, no segundo tempo, foi legal.

– A arbitragem brasileira é ruim e a do Vuaden hoje foi confusa. Sobre o desabafo do presidente do Fluminense, quando ele usa o termo “operado”, tem que provar. Agora, quanto a arbitragem em geral do campeonato, ele tem razão. Acho que o pedido de renúncia que ele faz ao Sérgio Corrêa não é nenhum absurdo porque a arbitragem brasileira está muito mal. Para mim, não houve o pênalti, foi um erro determinante na partida, e acho que, pela marcação eletrônica, o gol do Amaral foi legal – comentou.