(Foto: Divulgação/FFC)

O Fluminense registrou só R$ 1,5 milhão em patrocínios e marketing no primeiro semestre de 2020, de acordo com o balancete disponível no portal da transparência do clube em seu site oficial. O valor é o mais baixo desde 2013, primeiro ano disponível nos arquivos publicados, noticia o site Uol.

No ano em que teve pior resultado no período citado, 2019, o valor já foi bem mais alto (R$ 6 milhões). Em 2015, último ano que o Fluminense teve um patrocinador master, a Viton 44, e outros parceiros comerciais, foi registrado o maior valor: R$ 14,5 milhões.

Depois da publicação do balanço, o Flu fechou com três novos patrocinadores: Zinzane (ombros), Sika (parte de trás do calção) e Hotel Nacional (selo na frente do calção). Estes parceiros, certamente engordam a conta. O Tricolor, por outro lado, foi o único clube a conseguir três novos acordos após a pandemia do coronavírus, que agravou a crise financeira em todos os seguimentos.

Ainda segundo a reportagem do Uol, muito disso se deve a eventuais parceiros no mercado verem o Flu como um clube pouco aberto. No Tricolor, adota-se a estratégia de precificar as propriedades, algo não muito comum no mercado. Fora que há demora na resolução dos acordos.

Por outro lado, o Fluminense respondeu ao portal exaltando o balancete em meio a “um cenário desafiador”. Confira a nota do clube:

“A variação nos passivos do Fluminense entre o primeiro e o segundo trimestres de 2020 precisa ser colocada em contexto. Em particular destaco três fatores:

(1) os severos impactos nas receitas do Fluminense (e de todo o futebol brasileiro) durante os primeiros meses da pandemia. Considerando todas as receitas, o Fluminense enfrentou uma queda de 50% do seu faturamento total no primeiro semestre de 2020 em relação ao seu orçamento – representando uma redução total nas receitas de quase R$65 milhões.

(2) O aumento do valor em Reais das dívidas e compromissos em Dólar e em Euro – originados principalmente em transações de transferências de jogadores feitas por administrações anteriores. Com uma desvalorização acentuada do Real diante do Dólar e do Euro, as dívidas do Clube nestas moedas foram corrigidas pela variação cambial e aumentaram consideravelmente. Apenas pelo efeito da correção cambial as dívidas aumentaram em R$2.1 milhões do primeiro para o segundo trimestre de 2020.

(3) A substancial redução de despesas promovida pela política de austeridade implementada pela gestão do Clube no 2o Trimestre (redução de despesas de aproximadamente R$18 milhões, equivalente a um corte no orçamento de 22%), com o propósito de enfrentar a crise causada pela pandemia, enfrentou muitas limitações, inclusive de ordem legal e contratual, dada a inflexibilidade de várias despesas fixas do Clube. Não é legalmente ou contratualmente possível um corte de despesas da magnitude de tamanha queda nas receitas como enfrentamos em 2020.

Portanto, mesmo considerando: (i) os efeitos de uma queda de quase R$ 65 milhões em receitas – em uma das maiores crises de nossos tempos; (ii) uma desvalorização cambial que elevou em R$2.1 milhões os nossos os passivos em moeda estrangeira; e (iii) as limitações operacionais, legais e contratuais das medidas de austeridade tomadas pela gestão não terem permitido um corte ainda maior nos custos – ainda assim a gestão do Fluminense foi capaz de conter o impacto negativo na dívida em aproximadamente R$ 12 milhões no período.

Entendemos que este resultado foi uma vitória, diante do cenário desafiador e inesperado que vivemos.”


Confira os valores desde 2013:
A soma dos valores de patrocínio e marketing do Fluminense incluía licenciamentos e franquias até 2017. Todos os valores abaixo são relativos aos primeiros semestres de cada ano e foram arredondados para cima.

2013 – R$ 9,6 milhões
2014 – R$ 10 milhões
2015 – R$ 14,5 milhões —
Vitton 44 como patrocinador, fim da era Unimed
2016 – R$ 21,4 milhões —
apenas o acumulado do 3º trimestre está disponível
2017 – R$ 6,7 milhões
2018 – R$ 9,1 milhões
2019 – R$ 6,0 milhões
2020 – R$ 1,5 milhão